Día del niño: hacer música jugando
Aprender música é uma brincadeira de crianças. As vantagens são muitas: para além de melhorarem a coordenação, cria sentido de responsabilidade, satisfaz a expressão pessoal da criança, ensina a ouvir os outros e melhora as suas aptidões sociais.
Outros efeitos conhecidos são melhor memória e capacidades cognitivas superiores.
Nem vamos falar das vantagens para o pensamento matemático, ou de como a música põe as crianças em contacto com a cultura e a história - a sua de origem e as de outras paragens - para além de aumentar a perseverança, a disciplina, e de dar uma sensação de realização aos jovens músicos. Até porque já falámos dos benefícios que a exposição à música desde cedo tem nas crianças.
Mas que instrumento devem oferecer ao vosso bebé? Ou à pessoa pequena que está quase no ensino primário e já tem uma vida social?
Podem começar logo por um grand piano - ou um baby grand, para ser mais ergonómico - mas há instrumentos excelentes para desenvolver as capacidades musicais das crianças, indicados para cada uma das fases da infância. Vamos conhecer alguns.
Bébés e pré escolar
Na fase inicial da sua vida, os pequenos músicos estão interessados em tudo o que é colorido e faz barulho. Se tiver luzes, ainda melhor. Estão a explorar e a conhecer o mundo à sua volta e a perceber como se posicionar no meio de tanta coisa nova.
O seu espírito naturalmente anárquico não aceita grandes regras. Os mais pequenos vão aceitar instrumentos que não necessitam de técnica apurada, como rocas, xilofones, pandeiretas. O ritmo nasce connosco e é uma excelente fase para o desenvolver com instrumentos de percussão.
Quando ganharem mais alguma autonomia e começarem a andar para todo o lado, vão querer que eles estejam sentados no mesmo sítio. A melhor escolha é pô-los à frente de um piano, até porque está sempre afinado. É também um instrumento percussivo, mas introduz a componente melódica.
E dizem que os virtuosos começam aos 3 ou 4 anos a brincar com as teclas.
Da creche à primária
O contacto com a escola introduz as crianças ao contacto social e à aprendizagem com método. Como estão fisicamente mais desenvolvidos - conseguem suportar mais peso, têm uma maior destreza e segurança nas mãos e um maior capacidade pulmonar - está na altura de os apresentar a outros instrumentos.
A flauta de bisel é uma escolha natural, não é à toa que é instrumento obrigatório no ensino em Portugal. É simples, desenvolve a coordenação entre os dedos e a respiração, dá para tocar com mais umas dezenas de crianças e é financeiramente acessível. É também uma boa entrada no mundo dos instrumentos de sopro.
As cordas também podem fazer aqui a sua primeira aparição na vida das crianças: violinos, violoncelos e relacionados ajudam a melhorar a coordenação e elevam a fasquia na aprendizagem musical.
Vêm também em tamanhos reduzidos para que os pequenos músicos consigam desenvolver a sua técnica sem esforço.
Outro instrumento espetacular para se aprender a sério quando se começa a primária é o piano. Não nos estamos a repetir. As crianças estão agora familiarizadas com as obrigações e o ensino estruturado, e estarão mais receptivas à disciplina e ao método.
Do fim da infância até à adolescência
Os miúdos crescem depressa e rapidamente terão que encontrar instrumentos novos e mais desafiantes. Os de sopro podem tornar-se mais complexos: clarinetes, trompetes, saxofones, e outros que exijam uma técnica mais apurada, e para os quais os jovens músicos já tenham pulmão.
As cordas mantêm-se como um desafio muito interessante, com todo o naipe agora disponível. A harpa exerce um fascínio enorme pelo seu som e complexidade e é diferente dos restantes. Ainda nos instrumentos de dedilhados, a guitarra é o prelúdio para o músico adolescente. É versátil, dá para tocar sozinho, em conjunto e tem a complexidade necessária para desenvolver o sentido musical, quer na harmonia quer na melodia, e pode ser acompanhada à voz.
O canto nesta idade é muito importante, por desinibir os miúdos e, se for em coro, desenvolve o sentido de conjunto, para além de lhes dar ferramentas que irão usar para o resto da vida como usar a voz corretamente.
A bateria nesta fase é uma óptima escolha, por aumentar a coordenação e a disciplina. Também os ajuda a queimar energias excessivas, sendo indicada para miúdos hiperativos.
Já vos falámos do piano? Ok, não vamos insistir. Mas é uma escolha excelente para qualquer idade.
Existem muitos outros instrumentos que os vossos miúdos podem aprender, mas o instrumento certo é aquele que querem tocar. E não se incomodem se desistirem a meio. O importante é estimular as crianças musicalmente e deixá-las explorar as ferramentas de fazer som que quiserem, em vez de se especializarem numa só.
No Salão Musical de Lisboa temos os instrumentos certos para qualquer idade, e para todos os tamanhos. Façam-nos uma visita. Tragam os miúdos.