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Je********* ***va 22/10/2019
Caros amigos,O fenómeno das tunas deriva das estudiantinas carnavalescas iniciadas no foro popular, em Espanha, nas primeiras décadas do séc. XIX.
Mais tarde, os estudantes, que se via parodiados nessas "estudiantinas", acharam boa ideia também participar e criar as suas estudiantinas.
Não foi com a vinda de tunas em 1888 que o fenómeno se inicia em Portugal. Há estudantinas em Portugal desde meados do séc. XIX. Foi a Estudiantina Fígaro que, em 1878, espalha por Portugal e pelo mundo a "estudiantinomania". O que 1888 marca é o início da institucionalização das tunas portuguesas (mas as tunas já existiam antes em Portugal).
A Tuna de Compostela não data de 1876. Nessa época o que havia eram estudiantinas que se formavam para o carnaval e logo depois desapareciam. Eram sazonais.
A origem da palavra "Tuna" é a que referem, mas foi a partir da década de 1870 que, desejando os estudantes espanhóis diferenciar as suas estudiantinas das compostas por populares, que é reabilitada a palavra Tuna (que não era exclusiva do foro académico) para designar as formações estudantis. Um processo que, em Portugal, não teve sucesso, pois rapidamente os grupso populares adoptaram também essa designação para os seus grupos de plectro.
Thunes era albergue de mendigos, mas não de estudantes. A evolução linguística do termo vai dar "tuna", que significa esmola e o famoso "correr la tuna" que significa procurar sustento, tendo-se destacado os estudantes pobres que, por possuírem mais formação e dotes diversos (e não apenas musicais) se tornaram iconográficos desse modo de vida (a que outros adeririam apenas pelo gosto da vida aventureira e licenciosa).
Ficam os reparos ao texto.
Melhores cumprimentos.
Jean-Pierre Silva (co-autor de QVID TVNAE)