Salão Musical de Lisboa Musical instrument shop since 1958
Salão Musical de Lisboa Musical instrument shop since 1958

We use cookies to provide you with a better experience. When browsing with active cookies you consent to its use.

Cookies configuration

Customization
  • Third-party cookies for analytics purposes.
  • Show personalized recommendations based on your browsing on other sites.
  • Show custom campaigns on other sites.
Functional (required)
  • Needed to browse this site and use its functions.
  • Identifies you as a user and stores your preferences, such as language and currency.
  • Customize your experience based on your browsing.

Quick Guide to the Opera (with dictionary)

Posted on2022-03-17 by 10403
Love
If you are already fans of opera or just want to know more about this musical genre, read this quick guide so you can enjoy it better, without ghosts.

A ópera é um género musical polarizante: ou se gosta mesmo ou não se gosta nada. Este formato musical é riquíssimo tanto na sua história, como na sua execução, e deu-nos alguns dos mais belos momentos musicais de sempre. 

Acusada de ser um estilo elitista, acessível apenas a classes mais altas (um bilhete para a ópera pode custar dezenas de euros e os melhores lugares em algumas salas podem valer algumas centenas), a ópera é para todos os que gostam de música de qualidade, executada por músicos de qualidade, que contam e cantam uma narrativa cativante. Felizmente, podemos ouvir ópera gratuitamente em qualquer um dos nossos dispositivos, com a facilidade de assistir a registos vídeo de actuações históricas em qualquer um dos nossos ecrãs.  

Se já são fãs ou apenas querem conhecer melhor uma das mais fascinantes expressões criativas da música, leiam este guia rápido para que possam desfrutar da ópera. Sem fantasmas.

História da Ópera

A Ópera é uma das artes cénicas mais complexas, juntando música, poesia e dramaturgia.  É uma expressão artística total, por juntar música música vocal e instrumental com a arte dramática e as artes visuais.

Surgiu no formato que todos conhecemos no início do século XVII, na Itália, mas tem origem na Grécia antiga, onde dramaturgos como Sófocles introduziram corais musicais na encenação das suas  tragédias, e também nos cantos carnavalescos medievais italianos.

A característica principal da ópera é que o texto é todo cantado com acompanhamento musical, por uma orquestra de câmara ou sinfónica. Os cantores são os actores da história e podem ser solistas ou cantar em coro. Muitas óperas contam também com bailarinos e figurantes, elevando  o elenco até às dezenas, ou mais, dependendo da ambição da produção. 

A palavra “ópera” vem de “opus”, uma palavra de origem latina que significa “obra”. 

No seu formato tradicional, a ópera começa com a abertura, passando por vários actos, como no teatro, nos quais são interpretadas diversas árias e recitativos, com interlúdios instrumentais entre as várias partes cantadas. E, conta sempre uma história, que pode ser mais ou menos séria.

Aliás, a primeira divisão que se fez na ópera foi entre ópera séria, dedicada a temas históricos com personagens heróicos, e a ópera bufa ou cómica, que usa situações do dia-a-dia e personagens quase caricaturescos para criticar a sociedade.

A primeira ópera de sempre surgiu em 1594, e foi composta pelos italianos Jacopo Peri e Ottavio Rinuccini. Chamava-se Dafne, mas apenas chegaram alguns fragmentos da sua composição, até aos nossos dias. A ópera mais antiga que pode ser apreciada na sua totalidade é Eurídice, dos mesmos compositores, que a escreveram para as bodas de Henrique IV e Maria de Médici, em 1600. 

A Ópera por país

A ópera surgiu na Itália, mas foi-se desenvolvendo pela Europa fora, especialmente à medida que outros países assumiram-se como o centro do poder e da riqueza ao longo dos séculos. 

Ópera Italiana

Como berço deste género musical, o primeiro génio deste estilo teria de ser italiano. Cláudio Monteverdi desenvolveu o género lírico com óperas como L'Orfeo (1607), L'Arianna (1608) ou L'incoronazione di Poppea (1643). 

A tradição italiana ofereceu-nos alguns dos melhores compositores de ópera de sempre nos séculos seguintes, como Scarlatti ou Pergolesi, até aos compositores de bel canto como Donizetti, Rossini e, talvez o maior de todos os compositores italianos, Verdi. 

Ópera francesa

A ópera francesa foi muito influenciada pela génese italiana, acolhendo alguns dos seus compositores, mas contribuiu para o desenvolvimento de dois estilos:  A Grand Ópera, da qual a Aida de Verdi é um exemplo maior; e a Ópera-comique, que encontrou o seu auge na Carmen, de Bizet.

Ópera Inglesa

A ópera em Inglaterra teve o seu expoente no período Barroco, pela imaginação de Purcell e Handel. Purcell compôs uma das obras fundamentais do género, Dido e Eneias, uma ópera que conta a história do amor e abandono de Dido, Rainha de Cartago, e Eneias, um dos heróis de Tróia. É uma das mais trágicas histórias de amor cantadas em palco e uma das mais belas peças musicais de todos os tempos.

Ópera alemã

Na Alemanha, a ópera transformou-se num género central e ambicioso da sua cultura. Começando no Barroco com Handel e Telemann, é no período clássico com Beethoven e Mozart que a ópera alemã atinge uma dimensão e esplendor únicos, com peças escritas em italiano e alemão, o que ajudou a difundir a popularidade deste estilo musical por toda a Europa.

No século XIX, o Romantismo trouxe outra vitalidade à ópera em alemão, com Schubert e Schumann a contribuírem com obras importantes mas que foram eclipsadas com a revolução operada por Richard Wagner, que transformou a ópera num verdadeiro drama musical, onde orquestra e cantores desempenham papéis fundamentais para o avançar da narrativa. 

É Wagner que introduz o conceito de leitmotiv, que servia para anunciar uma personagem ou para caracterizar uma situação ou ideia, um dispositivo usado em bandas sonoras até hoje. De Tristão e Isolda, fica este pequeno exemplo do génio de Wagner, pela genial Maria Callas.

Categorias de cantores de ópera

Para cantar ópera, é preciso um conjunto de vozes com vários registos. E, tradicionalmente, cada um desses registos corresponde a um tipo de personagem da narrativa dramática. São seis os registos de voz que podemos encontrar na ópera,e as três primeiras são as das cantoras femininas.

  • Soprano - é a voz mais aguda e normalmente pertence à heroína da história. 
  • Mezzo-soprano - Ou meio-soprano, que é um registo de  voz mais grave do que a do soprano. As mezzo-soprano são personagens secundárias, frequentemente muito sensuais e sedutoras.
  • Contralto - é o registo feminino mais grave, destinado a papéis de mulheres mais sábias.
  • Tenor - é o registo mais agudo das vozes masculinas. Pertence ao herói, e é a voz preferida do público. Tenores famosos: Enrico Caruso, Luciano Pavarotti e Plácido Domingo. 
  • Barítono - Este registo grave e aveludado pertence a personagens mais velhas, ao antagonista do herói ou a personagens com uma função cómica na narrativa. 
  • Baixo - Aqui o caso é mais grave, e o personagem que assume este registo é o personagem mais poderoso, mais velho, o mais nobre, ou o Diabo. Se o papel implica gravidade dramática, a gravidade no registo acompanha-a. 

Num exemplo básico de drama operático: o tenor está apaixonado pela soprano, mas tem a concorrência do barítono, que é seu inimigo. A mezzo-soprano está apaixonada pelo tenor, e tenta desviar a soprano da atenção do seu amado. As pessoas mais sábias serão o pai ou o rei, interpretados por um baixo, ou a vizinha sábia ou a bruxa, que será interpretada por um contralto.

Vejam este vídeo onde cantores da Royal Opera House demonstram os seus dotes em cada um dos seus registos. De notar que não temos um exemplo de contralto, mas um raríssimo contratenor, o registo de voz masculino mais agudo.

Dicionário de Ópera

A ópera tem um vocabulário próprio, com expressões emprestadas de outras artes e que ganharam sentido único no seu contexto, mas também forneceu expressões que passaram a fazer parte da linguagem do quotidiano. Vamos conhecer algumas.

Abertura - Secção musical no início da obra, que introduz a peça, ainda de cortinas fechadas. 

Ato - Como no teatro, é uma unidade com uma estrutura dramática própria, composta por cenas. 

Ária - Peça solo escrita para um personagem principal, focada nas emoções do personagem.

Diva - Literalmente, significa "deusa", e refere-se a uma importante estrela de ópera feminina. A forma masculina é Divo.

Grand Opera - Ópera séria de proporções épicas sem diálogo falado, composta na França do século XIX. No geral é uma ópera cantada e de grande produção.

Leitmotif - Conceito introduzido por Wagner, é uma frase musical curta e recorrente associada a um determinado personagem ou evento.

Libretto -  O texto ou palavras de uma ópera. 

Recitativo - Palavras cantadas em estilo conversacional, geralmente para avançar o enredo. Não confundir com ária. 

Ópera-séria - Ópera onde os personagens são deuses, deusas ou heróis antigos.

Ópera-bufa - Ópera sobre pessoas comuns, mas que nem sempre é cómica, que se desenvolveu no século XVIII.

Notas finais

Construir um cantor lírico não é fácil, mas é muito interessante perceber como é que se desenvolve um instrumento como a voz humana até dimensões… operáticas. 

Agora que já estão preparados para falar de ópera sem problemas, lembrem-se das dezenas de músicos que são precisos para produzir e interpretar estas obras fantásticas, com instrumentos de arco, de sopro, percussão, pianos e a voz. 

E podem encontrar todos na nossa loja online, a preços acessíveis. Façam-nos uma visita. 



 

Leave a Comment
Leave a Reply
Please login to post a comment.
Salão Musical de Lisboa Musical instrument shop since 1958

Salão Musical de Lisboa

Create a free account to save loved items.

Sign in