Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Usamos cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Configuração de cookies

Costumização
  • Cookies de terceiros para fins analíticos.
  • Mostre recomendações personalizadas com base na sua navegação em outros sites.
  • Mostre campanhas personalizadas em outros sites.
Funcional (obrigatório)
  • Necessário para navegar neste site e usar suas funções.
  • Identifique você como um usuário e armazene suas preferências, como idioma e moeda.
  • Personalize sua experiência com base em sua navegação.

Jorge Rivotti: um diabo tranquilo

Publicado por2017-04-26 por 4020
Guardar
Jorge Rivotti visitou o Salão Musical de Lisboa para experimentar algumas guitarras e falar connosco sobre o seu disco Lisboa a Sete.

Jorge Rivotti visitou o Salão Musical de Lisboa para experimentar algumas guitarras e falar connosco sobre o seu disco Lisboa a Sete.

Adotou Lisboa como sua cidade - e foi adoptado por ela. Santa Apolónia não é só uma canção neste último disco, mas “um ponto de partida e de chegada”, um ponto de referência numa vida diversa em latitudes. Tem origens italianas, no início do século a família muda-se para Lisboa (Caxias) onde vive durante várias décadas. Os pais vão na década de 50 para o Brasil, onde Rivotti nasce, mas parte ainda muito novo para Paris. Passou a adolescência em Tomar mas de certa forma, fecha um círculo regressando a Lisboa, que vê como sua casa. “Foi esta cidade que me abriu a porta”.

A viver na zona do Castelo, sente a carga histórica e sonora dessas ruas. O álbum Lisboa a Sete inspira-se na expressão Diabo a Sete, “que tem mais a ver com com a ausência de regras. Há muita gente que se confunde com o Lisboa a Sete, porque pensam nas sete colinas.”

Colinas que este diabo à solta galgueia, à procura de sons para recriar: “O artista é fundamentalmente um egocêntrico, uma pessoa que tem uma necessidade de mostrar. Não podes criar para a gaveta, mas desenvolver o lado da procura e pensar no que é que vais mostrar de novo”.

E qual é o som de Lisboa? “Li um artigo que dizia que a cidade de lisboa é das poucas cidades que ainda tem sons próximos da sua originalidade. A cidade está pejada de igrejas. Em minha casa acordo com pássaros. Não sei se é esse som que lá está [no disco].”

Enquanto o diabo procura sons para se inspirar, Jorge Rivotti encontra nas imagens a inspiração para a sua música. Tem um projeto fotográfico (A esta hora) onde vai recolhendo detalhes da cidade, os seus momentos, muitos dos quais transporta para as suas músicas, uma colagem que faz com que o seu disco funcione “como uma pintura musical”.

E a sua música faz-se de fragmentos e influências tão diversas como a música erudita, Zeca Afonso e Sérgio Godinho, Beatles e pop rock, música tradicional. “Há um movimento depois do 25 de Abril, não só político mas cultural, em volta da música tradicional. A música popular servia também como forma de intervenção e afirmação de um povo. É nesse movimento que sou apanhado. Em Tomar entro em contacto com o Fernando Lopes Graça, numa fase em que faço música tradicional, coral.” Ao mesmo tempo, ia fazendo as suas canções: ”Quando me perguntam que tipo de música eu faço, digo que não sei. Há tanta coisa que entrou, quis sempre tentar criar uma coisa nova, com os elementos que me deram.”  

Essa mistura de influências e não a sua replicação é importante para Jorge Rivotti, mas pode ser ingrata, porque “no meu primeiro disco, uma das críticas que eu tinha era que cada música era uma estação de rádio.” Isso não o incomoda, porque o fundamental para Rivotti é como se fazem as coisas: “Quando se faz alguma coisa com paixão, é fácil e bom, está tudo vivo.”

Experimentalista e eclético, faz música para filmes, para cinema de animação, música eletrónica, escultura. Está também a preparar um filme. “Musiquei 25 quadros em aguarela de um amigo meu. Não é bem música, são pinturas sonoras sobre esses quadros”. Mas o maior desafio seria ser actor, por causa do lado experimental. "Faz parte de mim, da minha personalidade. É algo intrínseco.”

Multifacetado e multi-instrumentista, Jorge Rivotti prefere as cordas. “A guitarra é uma coisa muito curiosa. Tens dois tipos de instrumentos, os harmónicos, que são instrumentos que dão diversos tons ao mesmo tempo, como o acordeão, o piano, a guitarra.  E tens os instrumentos melódicos, como a flauta, que só dá uma nota de cada vez. A guitarra, para além de ser facilmente transportável, é um instrumento que joga bem com a voz.”

Para ele, escolher um instrumento depende muito da maneira como o sentimos “pela vibração que tu captas, e há sons que te despertam, que fazem sentido.” Assim como os sons de Lisboa, que o despertam todos os dias para algo de novo.

O álbum Lisboa a Sete está disponível no Salão Musical de Lisboa. Venham ver que instrumentos vibram convosco, e vos dão sentido.

Tag: Jorge
Deixar um comentário
Deixar comentário
Faça login para inserir um comentário
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Salão Musical de Lisboa

Crie uma conta gratuita para guardar produtos favoritos.

Registar