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Guitarra – Histórias em Amor maior

Publicado por2017-02-14 por 2773
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Não há amor como o primeiro, não há guitarra como a primeira. No primeiro acorde ou no primeiro beijo, há algo que bate certo e fica para sempre. Ou até nos apaixonarmos novamente.

Não há amor como o primeiro, não há guitarra como a primeira. No primeiro acorde ou no primeiro beijo, há algo que bate certo e fica para sempre. Ou até nos apaixonarmos novamente.

Há guitarristas que se apaixonaram de tal maneira pelas suas guitarras que lhes deram nomes e, como num casal perfeito, em conjunto eram muito mais do que a soma das partes.

O caso mais célebre é o de BB King com a sua Lucille, que não era uma, mas várias guitarras. De acordo com a lenda, em 1949, ainda na demanda para se tornar rei dos blues, BB King estava a tocar num bar quando começou um incêndio. No meio da fuga, esqueceu-se da guitarra e arriscou a vida entrando de novo no bar em chamas para a salvar. No rescaldo, descobriu-se que o fogo começou por causa de uma discussão entre dois homens por causa de uma mulher chamada Lucille.

No espírito do blues, BB King decidiu dar o nome dessa mulher causadora de sofrimento à guitarra que libertou daquele inferno. Essa guitarra foi pouco tempo depois roubada da mala de um carro, mas BB King chamou sempre às suas guitarras de Lucille, para se lembrar de duas coisas: nunca discutir por causa de uma mulher, e nunca voltar a cometer a estupidez de entrar num edifício a arder.

Outra guitarra com uma história interessante é a Lucy, que “namorou” com alguns dos melhores guitarristas de sempre. Lucy era originalmente uma Gibson loura nascida em 1957, mas Rick Derringer, um dos clássicos do rock americano, decidiu torná-la ruiva. E relação entre eles mudou: Derringer achou que Lucy já não era a mesma e, em 1966, deixou-a numa loja de guitarras, muito frequentada pelos grandes músicos da altura. Eis que entra Eric Clapton e a leva consigo. Foi uma relação efémera, já que Clapton deixou Lucy com o seu amigo George Harrison, um dos rapazes daquela banda muito conhecida de Liverpool. Os dois mantiveram uma relação especial até que, em 1973, Lucy foi raptada (podíamos dizer “roubada”, mas não estamos a falar de um mero objecto). Ao fim de algum tempo, Lucy foi resgatada após negociações com a pessoa que inadvertidamente a adquiriu aos criminosos. George e Lucy levaram uma vida feliz e cheia de música até à morte de Harrison, em 2001.

Como já perceberam, seja para sempre, ou apenas para os melhores tempos da nossa vida, há guitarras que deixam a sua marca.

Vejam algumas pelas quais se podem apaixonar e fiquem já avisados: elas é que nos escolhem a nós.

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