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Como fazer uma bio de uma banda

Publicado por2017-07-09 por 2695
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Escrever uma bio parece fácil mas pode ser complicado, especialmente quando não têm nada preparado e uma promotora quer uma descrição biográfica para divulgar o vosso concerto em plataformas digitais, órgãos de comunicação social ou por sinais de fumo.

Escrever uma bio parece fácil mas pode ser complicado, especialmente quando não têm nada preparado e uma promotora quer uma descrição biográfica para divulgar o vosso concerto em plataformas digitais, órgãos de comunicação social ou por sinais de fumo. Para ontem. O pesadelo de qualquer responsável de comunicação é um texto deste género:

“O Joaquim, o Manuel e o João sempre gostaram de música e uma noite, no café do Zé, decidiram fazer uma banda para poderem expressar os seus sentimentos e emoções e partilhá-los com quem os quiser ouvir. O João saiu da banda e foi substituído pelo Pedro, amigo de longa data. Não encaixamos em estilo nenhum, a nossa banda toca uma fusão de géneros onde vamos da música clássica ao jazz, passando pelo metal e pela pop.”

São tantas coisas mal que até é difícil perceber por onde começar. Cá vai:

A não ser que qualquer um dos membros seja alguém muito conhecido, os vossos nomes não interessam, mas o nome da banda deve vir logo no início. Afinal, quando conhecemos alguém, começamos pelo nome. Como se juntaram não tem importância, isso é uma história para contar aos jornalistas quando forem famosos.

Quem entrou e saiu não interessa, mas interessa o género musical, por mais abrangentes que sejam: se são uma banda de covers podem incluir os nomes dos temas mais orelhudos, se são uma banda de originais têm que dizer se são rock, pop, metal, hip hop, jazz ou música popular. Não digam que fazem música para “expressar sentimentos”, é assim para o redundante. E onde raio é que é o café do Zé e que interesse tem para a vossa música?

Agora que já viram como não se faz - e fazem-se muitas assim - vamos dar algumas dicas para fazer da vossa bio um resumo preciso, eficaz e fácil de ler, de quem são e o que tocam.  

Façam as perguntas certas

Primeiro, pensem para quem escrevem e para onde escrevem. Quem é o vosso público alvo? Géneros musicais diferentes têm linguagens diferentes, por isso, se querem falar só com o vosso nicho, devem usar a linguagem que eles usam (o vocabulário de um fã de hip hop é diferente do de um de metal, não é?). Mas se estão a querer ser generalistas, devem usar frases simples, com palavras que toda a gente conheça.

E vão-lhes dizer o quê? O nome da banda, de onde são, a que é que soam e as vossas influências e, principalmente, o que estão a fazer agora: a gravar um disco, em digressão, a preparar a vossa ida ao Rock in Rio. O presente e o dia a seguir são sempre o mais importante.

Se estão a escrever para publicar online, pensem onde podem colocar os links em expressões chave do texto (quando falam do single novo coloquem uma ligação para a faixa ou vídeo), mas pensem sempre que podem copiar o texto e colá-lo num folheto de um festival. Dizer “cliquem aqui para ouvir o novo single” se calhar não funciona muito bem.

A vossa bio não é só uma, são três

Cada uma com tamanho e funções diferentes, mas complementares:

  • Uma curta, onde dão a informação básica -  boa para descrições rápidas;
  • Uma média, com informação extra onde podem colocar mais informação relevante sobre o historial da banda - que serve para os sites dos locais onde vão tocar;
  • Uma longa, que inclui os pontos anteriores, mais um parágrafo com as últimas novidades -  ideal para enviar para os media e para estar presente no vosso site (vocês têm uma página online da vossa banda, não têm?);

É claro que podem desordenar isto um pouco, mas a versão longa raramente justifica ter mais de uma página A4,  letra tamanho 12, a espaço e meio, ou cerca de 3000 caracteres. (Tl,dr).

Se tiverem críticas positivas de origens credíveis, como revistas ou sites especializados, usem-nas.

Não digam que são originais, os melhores, os mais bonitos. Se não têm quem vos diga isso por vocês em quem os outros possam acreditar, então esqueçam esse tipo de promoção. Mas incluam concursos que tenham ganho.

Se forem uma banda de covers e o dono de um sítio onde foram tocar puder dar um testemunho positivo sobre a vossa actuação, peçam-no. Se têm coragem para tocar para desconhecidos também conseguem fazer isto.

Depois, o básico: não façam erros ortográficos; não se esqueçam dos contactos de telefone e email, links para o site oficial, página do Facebook, Twitter, Instagram ou Tinder, seja lá o que vocês usam, que deverão estar no topo e no fim das vossas mensagens. E se têm um logotipo da banda, disponibilizem-no em formato vectorial ou em .png, em duas versões para fundos claros ou escuros, com boa resolução.

A vossa história

“Ah, mas eu quero contar a história da minha banda, como daquela vez...” Alto! Pensem no que estão a dizer. Contar histórias não é fácil quando o nosso público tem um período de atenção bastante curto e lê tudo na diagonal.

A não ser que seja mesmo relevante para se perceber a formação e a música da banda, do género “somos cinco crianças prodígio da música clássica que, depois do acidente de autocarro da filarmónica cá da terra decidimos manter a tradição e fazer um grupo novo”, esqueçam. Tem que ser algo fundamental para a vossa identidade, e a vossa bio vai ajudar a definir quem são, na percepção de quem vos ouve.

Destaquem os vossos sucessos e, de preferência, os mais recentes. E à medida que se vão acumulando, atualizem o texto. Nunca se sabe quando é que vai ser preciso para ontem.

Tag: música, banda, bio
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