Hinos da Bola: as músicas do Mundial de Futebol
Em pleno mês de Mundial não nos podíamos esquecer dos grandes hinos que acompanham e apoiam as seleções numa ocasião tão especial. Não estamos a falar dos nacionais, mas daqueles que supostamente são para dar aquela motivação extra para serem campeões.
E se há uns que até parecem resultar, há outros que…bem, vamos ouvir alguns dos hinos dos Mundiais, a classificação fica por vossa conta.
O primeiro tema para um Mundial surgiu em 1962, com andamento rock’n’roll, no Chile. Em vez de apoiar todas as equipas que participavam num dos maiores eventos desportivos mundiais, passam grande parte do tempo a exaltar a equipa local. Não lhes serviu de muito, já que o grande vencedor dessa edição foi o Brasil. Mas a letra nem começava mal:
“El mundial del 62
Es una fiesta universal
Del deporte del balón
Como consigna general
Celebrando nuestros triunfos
Bailaremos rock and roll”
O primeiro Mundial com grande impacto televisivo e que marcou uma geração foi o de 1986, no México, que utiliza bem os sons nacionais e um refrão que ainda deve atormentar algumas cabeças, volta e meia.
O hino que acompanhou a Inglaterra a Itália em 1990 é a criação dos New Order que conseguiram com esta música o seu único primeiro lugar no top de vendas britânico. Mesmo com os jogadores a demonstrar os seus dotes vocais - não tão bons como os seus dotes futebolísticos - esta é capaz de ser das canções mais bem conseguidas de todas. John Barnes, um dos extremo-esquerdos mais talentosos da época, faz o rap no meio. E cumpre com a tática. A prestação inglesa também foi positiva, tendo perdido apenas na meia final contra os vencedores desse ano, a Alemanha.
Isto das estrelas fazerem canções para eventos futebolísticos pegou e, no Mundial da África do Sul, calhou à Shakira fazer o tema do evento, depois do Ricky Martin ter rebentado a escala com o Livin’ la vida Loca em 1998. E foi um sucesso, já que, nesse Verão, só se ouvia Waka Waka por todo o lado. Isso, e vuvuzelas.
Menos feliz foi a escolha da última edição, com uma colaboração entre dois monstros da pop: Pitbull e Jennifer Lopez. O Brasil, um país com tantos e incríveis músicos para assumir a responsabilidade deste penálti, não deve ter ficado satisfeito com uma das canções menos memoráveis de sempre.
Em Portugal, também temos tido os nossos hinos da bola. O melhor de sempre será, sem dúvida, o do José Estebes, personagem do Norte criada por Herman José, a interpretar um tema de Carlos Paião. Foi escrito para o Europeu de 1984 em França, mas tem sido reciclado em cada participação nacional nestes eventos.
Como estas canções têm sido uma boa forma de promoção para vários artistas, vão surgindo aqui e ali alguns hinos não oficiais. A Maria Leal fez um, a Antena Um não quis ficar de fora e juntou o António Manuel Ribeiro dos UHF, o Miguel Ângelo dos Delfins e o Tim dos Xutos&Pontapés numa seleção pronta a assaltar o Kremlin, e até a Luciana Abreu, que tem as suas próprias ligações ao futebol, fez um hino multilingue. Enfim, há um para todo os gostos. E na música popular há mais uma pérola do Norberto Ferreira, do Euro 2012, que não podíamos deixar de fora.
Este ano, a Federação Portuguesa de Futebol encomendou ao luso-descendente e estrela pop internacional o seu hino oficial. Não é a força da Nelly Furtado, provavelmente o segundo melhor hino da bola a seguir ao do Estebes, mas é bem ao estilo da selecção nacional: com calma, sem grande brilho, mas bate bem.
Se quiserem começar já a tratar do próximo hino da seleção, temos os instrumentos para o fazer. Vamos lá ao Salão Musical de Lisboa, cambada!