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Viajar a toque de cajón

Publicado por2018-08-01 por 7632
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Não é preciso andar a toque de caixa para tocar cajón. Este instrumento enganadoramente simples, é dos mais interessantes e versáteis da família da percussão. E dá para tocar sentado em cima dele.

Não é preciso andar a toque de caixa para tocar cajón. Este instrumento enganadoramente simples, é dos mais interessantes e versáteis da família da percussão, sendo ideal para quem se está a iniciar. E dá para tocar sentado em cima dele.

Já falámos do cajón e das suas qualidades, mas vamos descobrir mais um pouco o potencial deste instrumento.

Nascido no Peru ainda no século XIX, chegou a Espanha nos final dos anos 70 onde Paco de Lucia o integrou no grupo, parecendo que sempre fez parte do flamenco, apesar da sua génese estar nos tambores africanos levados pelos escravos para a América do Sul, durante o século XVII.

A lenda conta que seria meramente uma caixa de transporte, mas que rapidamente se viu convertida como acompanhamento rítmico, espalhando-se rapidamente para outros países da zona, como Cuba.

A construção do cajón, na tradição peruana, é simples, sendo apenas uma caixa rectangular. Mas os seus desenvolvimentos técnicos, particularmente graças à influência do flamenco, incluem redes (como nas tarolas), que lhe dão outro timbre e ressonância, e uma maior variedade de sons.

Como os músicos estavam literalmente em cima do instrumento, o seu desenvolvimento foi rápido, tanto na forma de tocar como na exploração de sons, existindo inúmeros acessórios e cajóns modernos com uma componente digital e amplificados. Estas evoluções permitiram que entrasse em géneros distintos, que pediam uma componente rítmica viva e bem presente.

O cajón tem três tons de base: o grave (baixo), o agudo, e o médio, que são obtidos pelo impacto em zonas diferente da caixa e pela forma como usamos as mãos. As técnicas usadas são muito semelhantes às usadas noutros instrumentos de percussão tocados com as mãos, como djembés, congas ou bongos.

E a melhor parte é que podemos viajar dos ritmos sul americanos ao flamenco, passando pelo hip hop e drum’n’bass, e entrar no transe dos compassos árabes sempre sentados em cima de uma caixa, não fosse a sua origem um acessório de viagem. Um instrumento óptimo para levar nas férias, portanto.

No Salão Musical de Lisboa podem encontrar cajóns perfeitos e acessíveis para quem quer partir à descoberta dos ritmos que lhes saem da palma das mãos, sem sair do mesmo lugar.

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