Estrelas tardias da música
Alguns músicos vivem pela máxima do “vive rápido, morre novo”, acabando por se ficar antes de chegarem aos 30 anos. Mas há outros que envelheceram como um bom vinho até poderem demonstrar toda a sua qualidade e potencial. Este são alguns exemplos de como o sucesso na música não depende da idade, e sim da maturidade. E também de uma oportunidade.
Leonard Cohen
Esta canadiano, sereno à superfície mas de correntes revoltas na profundeza dos sentimentos, dedicou a primeira parte da sua vida artística à literatura, à vida boémia e às viagens. Aos 33 anos edita o seu primeiro disco, mas só encontra o sucesso e reconhecimento 17 anos mais tarde, tornando-se uma das figuras musicais dos anos 80.
Mas, se formos a ver bem, podemos dizer que foi já mesmo com 70 anos que Cohen se tornou um incontornável da música popular, com as versões sucessivas da “Hallellujah”, que o apresentou a novos públicos e a uma revisão da sua obra por parte dos antigos seguidores.
Terminou a sua vida a dar concertos para multidões entusiastas e partiu como um dos maiores nomes de sempre da música do século XX.
Susan Boyle
A vida é complicada para todos e para Susan Boyle não foi nada fácil, mas o seu espírito de superação pessoal levou-a onde ninguém esperava. Ela enfrentou o difícil ambiente do Britain’s Got Talent, com um público desejoso de ver os concorrentes fazerem figuras tristes e um júri implacável, que salivaram ao ver esta pouco glamorosa aprendiz de cozinheira de 47 anos entrar em palco.
O que ela fez desarmou-os a todos e permitiu-lhe ter uma carreira que lhe parecia negada desde sempre. Diagnosticada com dificuldades de aprendizagem desde muito nova, ninguém esperava que a pequena Susan fosse alguém na vida. A verdade é que um novo diagnóstico já aos 52 anos de idade revelou que sofria de síndrome de Asperger e tinha um QI acima da média. Fora a voz incrível.
É um exemplo de coragem e persistência, para se lembrarem quando estiverem com muita peninha de vocês mesmos.
Charles Bradley
Outro exemplo de resiliência é o senhor Charles Bradley, que foi descoberto para o estrelato aos 62 anos de idade. Bradley já tinha uma carreira como imitador de James Brown e como cozinheiro. Também ele teve uma vida difícil, fugindo de um ambiente familiar pouco saudável aos 14 anos, o que o levou a viver nas ruas até aos 16. Foi nessa altura que foi descoberto pela primeira vez, mas para um programa de emprego que o tornou cozinheiro. Ao mesmo tempo, as suas semelhanças físicas com James Brown levaram-no a criar uma banda de tributo ao Pai do Soul. Apesar de algumas tournées e concertos pela América fora, nunca conseguiu passar da sombra do Mestre.
Ao voltar para o bairro de Brooklyn, onde crescera, reconciliou-se com a mãe e continuou a imitar James Brown para matar o bichinho do palco e ganhar a vida. Foi num desses espetáculos que um dos co-fundadores da Daptone Records o convidou para uma gravação. Charles Bradley sempre se mostrou profundamente agradecido pela oportunidade que lhe deram, fazendo de cada espetáculo uma celebração da vida e das segundas oportunidades.
Bill Withers
Quem ouve o Bill Withers a queixar-se de que não há sol porque ela se foi embora nem imagina que este compositor e cantor tinha problemas de gaguez. Mais um músico de origens humildes, demorou muito tempo até entrar no negócio da música: esteve nove anos na marinha, e ainda trabalhou mais três até se lançar a sério nos palcos.
Aos 33 anos teve o seu primeiro sucesso e a partir daí teve uma carreira recheada de hits e de prémios. Mas, talvez por causa das suas origens modestas, manteve o seu emprego na fábrica, por achar que isso de viver da música era pouco seguro.
Rodriguez
Provavelmente, esta é a maior história de renascimento da história da música. Sixto Rodriguez gravou alguns álbuns no final dos anos 60 / início dos 70, sem grande sucesso comercial. Sem conseguir apanhar a onda do folk rock da altura, reformou-se da música e foi trabalhar para as obras em 1976, mas mantendo-se civicamente e politicamente ativo na sua cidade natal de Detroit.
O que Sixto não sabia era que, apesar de ignorado nos Estados Unidos, era maior que o Elvis na África do Sul, onde as suas músicas eram usadas como hinos contra o apartheid. Só nos anos 90, e graças à internet, a filha de Sixto percebeu a popularidade do pai nesse país e rapidamente marcaram uma digressão. Sixto foi recebido como o Messias, até porque muito acreditavam que ele se tinha suicidado em palco nos anos 70.
A história incrível deste músico foi contada num documentário de 2012, Sugar Man, que lhe deu visibilidade internacional aos 70 anos.
Outro que rebentou para a música já entrado na idade foi um tal de Paul MacCartney, que o Kanye West foi descobrir ….bem, pelo menos é o que muita gente sem noção diz no Twitter.
O que podemos aprender destes casos é que não importa quando começaram, é quanto tempo duram na memória dos amantes da música. E que nunca é tarde demais para superar as dificuldades e atingir o sucesso.
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