Quem se mete com o trompete?
O trompete é o instrumento de eleição de alguns dos melhores músicos dos últimos 100 anos. Só para nomear três músicos de quem já devem ter ouvido falar, e que se enquadram nessa categoria: Louis Armstrong, Dizzy Gillespie e Miles Davis.
Este instrumento nobre do naipe de metais, apesar de muito utilizado na música clássica e no jazz, tem origens mais prosaicas, servindo inicialmente para sinalização sonora na caça e em combate. Mas como é que sai do campo e dos campos de batalha, para os palcos?
O trompete existe há já uns 3500 anos, e eram usados em várias partes do planeta, desde o Egipto à América do Sul, da Escandinávia à China. Maioritariamente fabricados em bronze, estes instrumentos serviam para assinalar momentos importantes que envolviam muita gente, desde cerimónias religiosas a batalhas. A tradição militar do trompete mantém-se até aos dias de hoje, na forma de um cornetim.
O trompete antigo era bem mais simples do que os trompetes modernos, sendo apenas um tubo recurvado com um bocal numa ponta e uma abertura em forma de campânula na outra. No século XIV, o trompete evoluiu de tal maneira na sua construção que o acharam útil para fazer parte de orquestras, e fazer-se música com ele.
O “trompete natural”, ainda sem válvulas e pistões, teve a sua era dourada durante o Barroco, e só nas primeiras décadas do século XIX é que o trompete viu o seu maior avanço tecnológico, com a introdução de pistões, o que aumentou a sua capacidade cromática, fazendo com que lhe fossem dedicadas imensas composições.
Ao mesmo tempo, o trompete, talvez por fácil de transportar, também encontrou espaço na música popular, e tornou-se a imagem do jazz do início do século passado, muito por culpa de um dos seus maiores intérpretes, Louis Armstrong.
Na décadas seguintes o jazz foi o género musical maior do trompete, pela mão de Chet Baker, Roy Eldridge, Wynton Marsalis, Lee Morgan, Dizzy Gillespie e tantos outros mas, depois de Armstrong, provavelmente o músico mais revolucionário a pegar num trompete foi Miles Davis.
Mas o que é que torna este instrumento tão especial? O seu timbre e versatilidade podem ser algumas das razões. A forma como é tocado, também o torna num desafio especial. Começa tudo na embocadura, que é a forma como se usa toda a estrutura da boca para se produzir som, desde os lábios à língua, dos dentes aos músculos faciais. Quem é que nunca viu uma foto do Dizzy Gillespie em plena acção, com as bochechas tão cheias que parece um peixe-balão? É a imagem clara de alguém a usar tudo o que tem para soar o melhor possível.
Depois, o dedilhado das válvulas, que geram notas nas suas mais variadas combinações, associadas às variações na embocadura. É um instrumento tecnicamente difícil, e consegue ser frustrante, mas que dá imenso gozo de tocar quando dominado.
O trompete mais comum é em Si bemol, mas existem outros trompetes nas restantes tonalidades. E se acham que serve só para tocar música clássica ou jazz estão enganados: a música latino americana e o soul usam o trompete nas suas secções de metais em todo o seu esplendor. Só neste vídeo temos dois, e direito a solo.
Na música pop, é mais raro. Mas o Martijn Brattinga, um jovem trompetista holandês, tem-se esforçado por tocar diversos estilos musicais no trompete, apenas porque é talentoso e quer divulgar o seu instrumento preferido ao maior número de pessoas. Na sua página pessoal podemos ver vídeos e descarregar as pautas das suas versões.
Outro sítio de onde podem descarregar pautas grátis para trompete é o 8note, onde encontram pautas em vários estilos, desde o jazz a músicas de Natal.
O Salão Musical de Lisboa tem uma enorme variedade de trompetes, para iniciados ou músicos que já dominam bem este instrumento. E sempre com os melhores preços e condições de pagamento. Vejam os modelos que temos ao vosso dispor.