Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Usamos cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar com os cookies ativos consente a sua utilização.

Configuração de cookies

Costumização
  • Cookies de terceiros para fins analíticos.
  • Mostre recomendações personalizadas com base na sua navegação em outros sites.
  • Mostre campanhas personalizadas em outros sites.
Funcional (obrigatório)
  • Necessário para navegar neste site e usar suas funções.
  • Identifique você como um usuário e armazene suas preferências, como idioma e moeda.
  • Personalize sua experiência com base em sua navegação.

Lendas da Guitarra: os pioneiros do jazz

Publicado por2018-11-02 por 6519
Guardar
O Jazz já tem um século de existência, e revolucionou toda a música que veio depois.

O Jazz já tem um século de existência, e revolucionou toda a música que veio depois. E mesmo dentro do grande género que é o jazz, foram imensas as evoluções e ramificações, que desenvolveram todo um universo de novas linguagens que influenciaram tantos outros estilos musicais.

Desde o swing ao manouche, o jazz teve guitarristas que inovaram as técnicas e a musicalidade da guitarra e o seu legado ainda perdura até hoje. E houve um conjunto de pioneiros que mudaram tudo para os músicos seguintes que é preciso lembrar porque, sem eles, a música hoje não era a mesma.

Vamos conhecê-los?

Charlie Christian

Christian foi o primeiro guitarrista elétrico de destaque na história do jazz. Nascido em 1916, filho de um guitarrista/trompetista, Christian cresceu ao som das big bands e rapidamente foi conhecido como um talento nato.

John Hammond, produtor de jazz e olheiro (na música não deveria ser “orelheiro”?) de músicos, achou que Christian seria um grande reforço para a banda de Benny Goodman, e tentou arranjar-lhe uma audição. Mas Goodman não estava interessado em ter um músico que tocasse um instrumento -  à altura obscuro - como a guitarra elétrica, e nem o deixou ligar-se à corrente.

Hammond era teimoso e, durante uma atuação da banda de Goodman, colocou Charlie e o seu amplificador em palco. Goodman, ao ver a armadilha, lançou-se num contra-ataque e arrancou para a música mais complicada que se lembrou com a sua banda, “Rose Room”, para dificultar a vida ao artista não-convidado. Christian respondeu com um solo que convenceu de vez o líder da banda a contratá-lo, mudando para sempre a linguagem do jazz.

Charlie Christian é conhecido pelo seu fraseado fácil e cativante, por trazer a guitarra do ritmo para um lugar de destaque como instrumento solo, e por fazer a ligação entre a era do swing e o bebop. Morreu em 1942, de tuberculose, mas os três anos que passou com Goodman são testamento do seu brilhantismo.

Django Reinhardt

Na lista de guitarristas favoritos de todos os guitarristas deveria estar Django Reinhardt. Este belga de origem cigana foi a primeira grande estrela do jazz europeu e um dos músicos mais influentes da história da música, apesar de tocar apenas com três dedos: o anelar e o mindinho da sua mão esquerda ficaram inutilizados após um incêndio.

Django era a grande sensação musical da Paris dos anos 30, juntamente com outro monstro do jazz da época, o violinista Stéphane Grapelli. Para além de serem um dos poucos grupos de jazz que tinham a guitarra como instrumento líder, o estilo de jazz de Django era genuinamente europeu e estava carregado de influências da música cigana com que cresceu.

Reinhardt morre em 1953 com 43 anos, mas é imortal. E se acham que ele tinha limitações por tocar apenas com três dedos, vejam este vídeo, ali pelos 41 segundos.  

Wes Montgomery

Sentado nos ombros do gigante Charlie Christian, Wes Montgomery foi o primeiro dos guitarristas do jazz moderno. A sua influência atravessa décadas, estilos e, provavelmente, sistemas solares, já que a musicalidade de Wes é fora deste planeta.

Wes Montgomery definiu o som da guitarra jazz nos anos 50 e 60, alterando a sua linguagem melódica e harmónica, e até mesmo a técnica. Montgomery era um autodidata, e isso vê-se na sua forma pouco ortodoxa de dedilhar a guitarra, usando o polegar em vez de uma palheta, o que lhe dava um som próprio e único. O seu fraseado fluido e o uso de oitavas era tremendamente apelativo numa época em que o jazz estava a ficar difícil de ouvir.

Também morreu novo, com 43 anos, em 1963, de ataque cardíaco.

Tal Farlow

Conhecido como “Polvo”, devido à velocidade e destreza dos seus longos dedos da mão esquerda, Tal Farlow é outro autodidata que começou por aprender música num bandolim afinado como um ukulele, e iniciou-se na guitarra aos 22 anos,  depois de ouvir Charlie Christian a tocar com Benny Goodman.

Como não tinha dinheiro, construiu a sua primeira guitarra elétrica, e desenvolveu um estilo inovador e excitante, recorrendo a harmónicos artificiais e usando o corpo da guitarra como instrumento de percussão.

Tocou com Charlie Mingus e Artie Shaw, e a Gibson fabricou um modelo de guitarra com o seu nome.  É reconhecido pela linguagem nova que trouxe para a guitarra jazz e pela velocidade do seu fraseado.

Joe Pass

Nesta lista nunca poderíamos deixar passar o Joe Pass. É um dos músicos mais importantes do século XX porque era o maior a usar as melodias a partir de acordes, porque invertia acordes como ninguém na guitarra, porque cada frase tinha sentido e combinava perfeitamente com a frase seguinte. O segredo? Segundo Joe Pass: não pensar, tocar a melodia lá em cima, evitar enchimentos que não vão a lado nenhum, simplificar. Ele partilhou imensos outros conselhos, porque essa foi outra das suas grandes virtudes: é um dos maiores educadores musicais de sempre.

Pass começou a aprender música aos 9 anos, com aulas aos domingos a substituir as idas à igreja. Aos 14 já tocava numa banda ao estilo de Django Reinhardt, mas foi com a música de Charlie Parker que descobriu a sua própria voz. Reconhecido como um prodígio, mudou-se aos 20 anos para Nova Iorque, mas perdeu-se nas drogas durante 15 anos, o que o impediu de avançar na carreira. Mas nos anos 60 fez um tratamento de reabilitação e viu o seu talento reconhecido, sendo considerado um dos maiores e mais inovadores guitarristas de sempre. Não é por acaso que o seu álbum mais importante se chama “Virtuoso”.

Joe Pass também é capaz de ser culpado por dar azo à piada “uma nota ao lado não é erro, é jazz” já que dizia que nunca tinha feito nada que não tivesse um engano pelo meio.


Para dar notas ao lado ou em cheio, vocês podem encontrar a vossa guitarra para tocar jazz, clássico ou manouche, no Salão Musical de Lisboa. Visitem a nossa loja online.

Tag: guitarra, jazz
Deixar um comentário
Deixar comentário
Faça login para inserir um comentário
Salão Musical de Lisboa Loja de instrumentos musicais desde 1958

Salão Musical de Lisboa

Crie uma conta gratuita para guardar produtos favoritos.

Registar