Tubas, sousafones e bombardinos
Uma banda de metais tem que ter peso. Sonoro, claro. Os instrumentos que lhe dão corpo são os maiores da banda, e é preciso também ter físico para os carregar. Mas a tuba e as suas variantes são os membros mais jovens da família dos metais.
Tuba
A tuba surgiu por volta de 1880. É um instrumento imponente, com a campânula em forma de sino, e tem tantas curvas sobre si mesmo que, algumas tubas, se desenroladas, ficariam uns tubos de 14 metros de comprimento.
A tuba pode ter três, quatro e cinco válvulas ou pistões, e pode vir em quatro afinações. As tubas baixo podem estar afinadas em Mi bemol ou Fá, e as contrabaixo em Dó ou Si bemol. Wagner foi um dos compositores que compreendeu melhor as possibilidades da tuba, tendo desenvolvido uma para alguns temas da sua tetralogia épica O Anel dos Nibelungos.
Pelo seu registo grave, são normalmente responsáveis pelo suporte harmónico nas bandas Filarmónicas e Orquestras. Mas a tuba é, apesar do seu peso sonoro e físico, um instrumento muito ágil.
Sérgio Carolino, um dos maiores executantes da tuba em Portugal, e com a ajuda de uns pedais da Boss, leva este instrumento mais além, demonstrando que não serve apenas para segurar as harmonias, mas também como um instrumento melódico, de timbres ricos e suaves.
Bombardino
Também conhecido por eufónio, que vem de Euphonium que significa “som bonito”, é uma tuba tenor, cobrindo quatro oitavas, numa extensão semelhante à do trombone e do fagote.
O som bonito do bombardino não é tão presente como o da tuba. É mais suave e, por causa da sua campânula não se destacar, mistura-se com o som dos outros instrumentos de uma orquestra.
Existem diversas variantes, já que havia uma necessidade de ter um instrumento que cobrisse este registo. Descende da serpente, um instrumento que recebeu o seu nome devido à sua forma curvilínea, e aparece em versões diferentes durante o século XIX, com a implementação do sistema de válvulas. A versão moderna é um instrumento cromático, mais pequeno que a tuba, afinado em Si bemol. É muito utilizado em bandas filarmónicas, mas também em orquestra. É raro encontrar um bombardino fora destes ambientes, mas houve quem o levasse para o jazz, como Richard Matteson, provavelmente o maior intérprete de bombardino dentro do estilo.
Não temos um vídeo do Richard Matteson mas temos este, onde o bombardino pode ser ouvido juntamente com outros instrumentos mais conhecidos pelas suas capacidades solistas. E não está nada mal.
Sousafone
Este derivado da tuba é muito popular nos Estados Unidos, especialmente como imagem de marca das marching bands . O nome vem de John Philip Sousa, o compositor luso-americano que definiu a música orquestral norte-americana na segunda metade do século XIX, e que orientou o seu desenho.
O sousafone tem um aro para poder ser apoiado em volta do corpo do executante, e uma campânula larga apontada para a frente, para se fazer ouvir bem. Por ser um instrumento de grandes dimensões, há versões modernas em fibra de vidro, com um peso muito reduzido, para um maior conforto durante as marchas.
Mas nem só de marching bands vive o sousafone. Como qualquer instrumento popular foi integrado em vários estilos, e parece estar talhado para música animada. Como a música dos Hypnotic Brass Ensemble.
O Salão Musical comercializa toda a gama de instrumentos de metal, onde se incluem as tubas, sousafones e bombardinos, para que possam marchar e marcar a vossa presença, de corpo inteiro.