É português o Campeão do Mundo de Acordeão
Portugal tem mais um campeão mundial no acordeão. No último trimestre de 2018, João Palma, venceu a 71ª Copa do Mundo de Acordeão na Lituânia, na Categoria Júnior Virtuoso, que contou com mais de 100 participantes de mais de 20 países. É mais um na coleção de troféus ganhos por este um jovem algarvio de 18 anos.
O Salão Musical de Lisboa falou com João Palma, que nos explicou como se chega campeão mundial, e das suas ambições para o futuro.
Como é que começaste no acordeão?
Tinha 5 anos quando a minha mãe decidiu inscrever-me num Rancho Folclórico que existia na minha localidade (Loulé). Passados uns anos reparei que não tinha muito jeito para a dança, mas comecei a ter curiosidade por aquela caixinha com botões chamada de acordeão.
Pedi aos meus pais para me inscreverem nas aulas de acordeão quando tinha oito anos e tudo começou a partir daí, com o meu professor Nelson Conceição, a quem agradeço por me ter ensinado a arte do acordeão ao longo destes anos.
Tem sido um ano em cheio, com vários prémios. Como é o trabalho de preparação para todos este concursos?
Os prémios alcançados são fruto de muito estudo. A um mês do concurso existe um trabalho intensivo por trás, variando entre 8 a 10 horas por dia, com a cabeça assente e debruçada no estudo. Só com esforço e dedicação conseguimos alcançar os nossos objetivos.
Que géneros musicais gostas mais de ouvir e tocar?
Tenho um gosto por música, não por estilos. Gosto de tudo, e todos os estilos têm uma mensagem diferente. Ultimamente tenho ouvido mais Jazz, Músicas do Mundo, pois o curso em que estou neste momento centra-se nesses estilos.
Quem são as tuas referências no acordeão?
Tenho como referências nacionais o meu grande professor Nelson Conceição, João Frade e João Barradas. Em termos internacionais motivo-me bastante a ouvir Vincent Peirani e Klaus Paier.
O acordeão é associado pela maioria das pessoas à música popular. Mas Portugal tem uma tradição musical de excelência neste instrumento, com vários músicos premiados e de grande qualidade. O que é que é preciso fazer para que o acordeão ganhe mais destaque no panorama musical português?
No panorama musical português penso que precisamos mudar a perspetiva dos jovens quanto ao acordeão. O futuro começa neles, e portanto para no futuro mudarmos isso, é preciso dar aos jovens novidades e conceitos diferentes da música com o acordeão, e não só a tradicional música portuguesa.
Como é que convencias um jovem músico a dedicar-se ao acordeão?
Não consigo convencer ninguém a tocar um instrumento, seja ele qual for. Temos que ser nós próprios a ter curiosidade e gosto por tal. Só assim poderemos ser bons músicos.
Depois destes prémios, o que vem a seguir?
A seguir vem mais trabalho, mais dedicação, e um mundo totalmente diferente, o mundo do Jazz, da improvisação, e se tudo correr bem, uma vida de viagem a percorrer o Mundo.
Vejam o João Palma na companhia do seu professor, Nelson Conceição.
Sacrifício, esforço e dedicação, é o que é preciso para se ser campeão do Mundo. E ser um excelente músico também ajuda.
Podem seguir o João Palma através da sua página no Facebook e, também conhecer os acordeões que temos no Salão Musical de Lisboa, para lhe poderem também seguir o exemplo.