A diferença entre Overdrive, Distorção e Fuzz
Esta é uma questão muito comum entre guitarristas: qual é a diferença entre overdrive, distorção e fuzz? Não é tudo a mesma coisa?
Quando o som da vossa guitarra elétrica é levado para além de um limite, começa a ganhar uma camada de ruído. Esta alteração na estética sonora levou ao surgimento de um estilo musical, e tornou-se central noutros.
Os primeiros guitarristas do Rock and Roll, precisavam de mais destaque para o som da sua guitarra, já que não havia sistemas de amplificação para se fazerem ouvir por cima da banda. A única coisa que podiam fazer era colocar os seus amplificadores a válvulas no volume máximo. Isto trazia um efeito secundário que alguns, como Chuck Berry, decidiram explorar.
O som que saía desses amplificadores em rendimento total era sujo e agressivo, e dava maior sustentação às notas da guitarra. Os guitarristas de blues apreciavam as possibilidades musicais que notas mais longas lhes proporcionavam, mas os seus colegas de banda e o público sofriam um bocado com o volume exagerado.
Com o surgimento dos pedais para guitarras elétricas, esse efeito de ganho podia ser conseguido sem ser necessário ter o amplificador em altos berros. A partir deste conceito, surgiram pedais que pegavam no sinal da guitarra e o levavam para além do ponto limite, ganhando características harmónicas e estéticas muito interessantes.
A explicação técnica pode ser complicada mas o princípio básico destes efeitos resume-se à deformação da onda do sinal limpo original quando atinge um certo limite, passando a soar diferente, mais agressivo e com sobretons que antes não estavam presentes.
Se quiserem uma explicação tecnicamente mais exaustiva, vejam este link.
Vamos aos pedais com a ajuda da marca que ajudou a definir a estética da música moderna.
Overdrive
O pedal de overdrive simula o que acontece quando o sinal da guitarra é elevado para um volume acima do limite. É um efeito que comprime ligeiramente a onda em vez de a cortar mantendo a tonalidade característica da vossa guitarra.
O O overdrive clássico dá algum calor ao som da guitarra, assim como uma maior sustentação e grão ao vosso som, que faz com que seja um dos efeitos favoritos dos guitarristas de blues e rock clássico. Tem a particularidade de ser dinâmico, ou seja, a intensidade do efeito reage de acordo com a vossa intensidade ao tocar.
Muitos guitarristas acham que este é o efeito de distorção mais poderoso por causa do nome, que soa a algo mais violento, mas não. É o mais subtil.
Um dos pedais mais icónicos de Overdrive é o SuperOverdrive da BOSS, que é um super pedal para obter esta sonoridade.
Distorção
O pedal de distorção já deforma a onda do sinal de forma mais agressiva, gerando um som também mais agressivo. Tecnicamente, faz um hard clipping no limite superior da onda do sinal, dando-lhe um novo formato.
O sinal sai mais saturado, com uma maior massa de ruído e mais harmónicos, que o tornam muito interessante para estilos como o heavy metal, punk e rock mais pesado, mas também para solistas de todos os estilos.
Dica: juntar um pedal de overdrive com um de distorção pode esticar o sinal a um ponto de quebra bastante poderoso e agradável, excelente para solos.
A BOSS criou um dos mais lendários pedais de distorção da história da música. Desde o seu fabrico em 1978 que o DS-1 está aos pés de gigantes como Joe Satriani, Slash, Steve Vai, Dave Navarro, John Frusciante, Gary Moore, Kurt Cobain e muitos outros, marcando uma forte presença em vários estilos musicais.
Fuzz
Com o Fuzz não há meiguices. Este pedal retira as curvas ao sinal e cria uma onda quadrada, gerando um som cheio de arestas. Brincadeiras à parte, o sinal de um pedal de fuzz distingue-se por ser muito mais agressivo que os anteriores e aumentar os graves logo no início do processamento.
O som é assim muito mais pesado, presente e sujo. Muito usado no grunge dos anos 90, é também o favorito dos indies modernos que gostam de recriar o som clássico do rock dos anos 60 e 70, mas com maior consistência.
O Fuzz que recomendamos é o FZ-5 da BOSS, por ser dos pedais mais versáteis que irão encontrar. Capaz de produzir timbres clássicos, o FZ-5 consegue levar-vos até aos anos 70 mas trazer-vos de volta à modernidade com o modo Boost para um som mais violento, ou então usando o efeito Octavia para uma maior riqueza tonal.
As características destes pedais sobrepõem-se e, para os iniciados, a diferença não é grande. Mas escolher o pedal certo para o som que procuram faz toda a diferença. Este é apenas um componente do vosso setup, pelo que recomendamos que tenham diversas opções para poderem alargar as tonalidades da vossa paleta sonora.
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