Três guitarristas incomuns com algo em comum
Fazer uma lista de melhores músicos é uma tarefa impossível. Por isso escolhemos três que, para além de carreiras longas e diversificadas, destacam-se pela forma particular como tocam. E são daqueles músicos que, para além de dar gozo ouvir, dão vontade de pegar numa guitarra e fazer o que eles fazem. Não serão os “melhores”, seja lá o que isso for, mas são dos menos convencionais e dos mais divertidos. Tom Morello Rage Against the Machine, Audioslave, Prophets of Rage. Não conhecem? Pedimos desculpa, mas este Salão não é para unhas de gel. Tom Morello é um dos melhores criadores de riffs de sempre. Ponto. Exímio escultor sonoro usando as propriedades físicas da guitarra e dos pedais ao seu dispor, é capaz de ser o guitarrista que mais toca usando menos notas. Raramente sai da escala pentatónica, mas aplica ritmos que vão do funk ao hip-hop, com o poder de um rolo compressor. Para ele, tocar guitarra “é quase ignorar a aproximação tradicional ao instrumento”, indo para além das convenções ao extrair sons usando os seletores de pickups, percutindo as cordas ou fazendo scratch sobre elas. E parece tudo tão fácil…
Omar Rodriguez-López Quem vê Omar Rodriguez-López fora de um palco não o imagina como criador de músicas que parecem saídas da mente de um Santana alimentado a drogas psicadélicas à beira de um desastre automóvel a grande velocidade. Omar sempre se rodeou de pedais para “esconder as suas limitações”, mas a verdade é que esse refúgio transformou-se no seu forte. Não há nada de previsível nos trabalhos deste músico, desde os At the Drive in até aos Mars Volta, apenas a sensação de que tudo é possível.
Josh Homme Sabiam que a No one knows (Songs for the deaf, Queens of the Stone Age) é, basicamente, uma polka? Pois foi por aí que Josh Homme começou a aprender música, a aprender polkas na guitarra, a compasso binário. No isolamento da sua cidade no deserto, Homme descobriu desde cedo formas diferentes de usar escalas e acordes que ainda hoje são audíveis nos discos de Queens of the Stone Age. Versátil e ritmicamente inesperado, nunca sabemos se aquela linha melódica foi feita especificamente para gozar connosco. Peguem em qualquer música dele e desmontem-na, e vejam se não há ali um momento em que dizem “A sério? Isto é mesmo assim?!”. A verdade é que funciona, e muito bem.
E estes três guitarristas têm um ponto em comum, para além da sua excentricidade musical: todos usam o melhor pedal de delay de sempre, cada um numa encarnação diferente. O Boss Digital Delay é um dos elementos fundamentais do arsenal sónico destes guitarristas, que tão bom uso fazem dele. Josh Homme tem o modelo DD7, Tom Morello o DD3 e Omar Rodriguez-López o DD5. Passem pelo Salão Musical para encomendar este pedal, ainda não sabem a falta que ele vos faz.