2021 é o ano dos Beatles
Há já uns anos que se diz que 16 de Janeiro é o dia escolhido pela UNESCO para celebrar a banda mais popular de todos os tempos: os Beatles. De acordo com a lenda, foi neste dia em 1957 que os quatro fabulosos rapazes de Liverpool deram o seu primeiro concerto num bar chamado Cavern Club no número 10 da Mathew Street e iniciaram o caminho em direção à fama eterna.
No entanto, a UNESCO nunca escolheu este dia para celebrar a obra dos Beatles. O que não faz grande diferença para os fãs que, para além de celebraram este dia não-oficial à mesma, têm ainda outros dois dias oficiais: o Global Beatles Day a 25 de Junho e o Beatles Day, instituído pela cidade que os viu nascer, a 10 de Julho.
Na realidade, para os verdadeiros fãs, é sempre Dia dos Beatles. Mas, efemérides à parte, 2021 vai ser um ano em que a lendária banda inglesa vai voltar a estar nas bocas do mundo. Tudo graças ao documentário que o realizador Peter Jackson - que devem conhecer da trilogia “O Senhor dos Anéis”, da trilogia “O Hobbit” e de clássicos como a comédia de zombies “Braindead” - vai lançar sobre os Fab Four. Que é outro nome para os Beatles, caso tenham alguma dúvida.
O filme chama-se “THE BEATLES: GET BACK” e tem quase 60 horas de imagens nunca antes vistas do quarteto de Liverpool, muitas delas recolhidas em Janeiro de 1969 nos Twickenham Studios e depois no seu novíssimo Apple Studios. Os Beatles estavam a preparar o seu primeiro concerto em dois anos - o famoso concerto no telhado que parou Londres - e a compor as músicas que iriam fazer parte dos seus dois últimos discos da carreira: “Abbey Road” e “Let it Be”.
Neste filme vamos ter a possibilidade de estar em estúdio com a banda mais famosa de sempre e ver o seu lado descontraído e informal, assim como o seu processo criativo.
Mais do que uma visão privilegiada sobre o génio colectivo dos Beatles, este documentário pretende mostrar uma banda que estava na fase final da sua carreira mas com uma energia criativa de respeito.
Serve também para ajudar a quebrar o mito que os tempos finais dos Beatles foram penosos. Para apoiar esta ideia, há um livro que irá acompanhar o documentário, com a edição do jornalista musical John Harris.
De acordo com a introdução ao livro feita por Hanif Kureishi, um dos autores ingleses de referência e que tem na música um dos seus temas favoritos, esta época abordada no documentário, e que antecede o final da banda, “é um período produtivo para eles, em que criaram algum do seu melhor trabalho. Aqui temos o privilégio de testemunhar os primeiros esboços, os erros, os devaneios, o aborrecimento, a excitação, os improvisos alegres e avanços criativos que resultaram na obra que conhecemos agora e admiramos.”
O livro traz ainda fotos tiradas na altura por Ethan A. Russell e Linda Eastman, que se transformaria em Linda McCartney dois meses mais tarde.
É uma visão mais positiva do que vemos no documentário de 1970 “Let it Be” que ajudou a estabelecer uma imagem tensa e pouco amistosa dos anos finais dos Beatles.
“The Beatles: Get Back” (o documentário) tem data de lançamento prevista para 27 de Agosto e o livro será lançado a 31 de Agosto.
Deadline
Mas há mais Beatles para ver e ouvir este ano. Paul McCartney e o produtor Rick Rubin reuniram-se para ouvir e analisar as músicas da banda, com McCartney a partilhar algumas histórias que vão desde a primeira guitarra do músico inglês até aos dias de glória com os Beatles.
A série tem seis episódios, é filmada a preto e branco e é passada em grande parte em volta de uma mesa de mistura e de instrumentos musicais. Parece ser feito à medida de quem gosta de fazer música.
É, acima de tudo, uma conversa entre dois homens que são profissionais e apaixonados pela música sobre o que fazem melhor. A série ainda não tem data de lançamento, mas deverá estar disponível numa das plataformas tradicionais em breve.
Paul McCartney é tão apaixonado pelo que faz que, com 78 anos e todos louros que recolheu ao longo da sua carreira, decidiu gravar mais um disco em vez de se deitar sobre eles. Se não ouviram o single, aproveitem.
E se Sir Paul McCartney grava discos em casa, vocês também podem fazê-lo.
Abbey Road
A filha de Paul McCartney, Mary, também está ocupada este ano a realizar um documentário intitulado “If These Walls Could Sing” sobre os míticos estúdios de Abbey Road - os mesmos onde os Beatles gravaram alguns dos seus álbuns e cuja passadeira foi imortalizada na capa de um deles.
O documentário serve para assinalar o 90º aniversário de um dos estúdios mais lendários da história da música, e contar algumas das melhores histórias que se passaram dentro daquelas paredes que, certamente, não iriam falar, mas cantar. E, com estes ingredientes, não será difícil adivinhar que os Beatles terão um lugar de destaque.
Todos os dias são de música e o Dia dos Beatles é sempre quando os fãs quiserem. Por isso, feliz Dia dos Beatles, seja que dia for.