50 tons de baixo
Há séculos que os instrumentos de frequências mais graves fazem parte do rol de opções dos compositores como suporte para a harmonia e cadência das peças. Exemplo clássico, se bem que a designação correcta é barroco, é o segundo andamento da Suite para Orquestra nº3 de Bach, onde a melodia é completamente levada ao colo pelo sector mais grave do conjunto.
Com o jazz, os baixos - ou melhor, os contrabaixos - tinham a responsabilidade de dar balanço a construções harmonicamente complexas, porque o objectivo era pôr o público a dançar. Era a época das big bands e do swing, e a secção rítmica segurava os metais.
O mesmo conceito foi utilizado no rock primitivo e no rockabilly, mas os trompetes, saxofones e afins foram substituídos por guitarras elétricas. As bandas deixaram de big e passaram a ser trios ou quartetos, como uma atitude rock and roll que fez com que o contrabaixista ganhasse outro destaque. Até que os amplificadores das guitarras elétricas os começaram abafar, e a necessidade de tocar para multidões cada vez maiores exigia outra capacidade de projecção.
Nos anos 50, Leo Fender (quem mais?) com a ajuda de George Fullerton, criou o primeiro baixo elétrico para produção em massa - o lendário e ainda atual Fender P-Bass - e um novo mundo sonoro se abriu. Até agora, o som era sempre o mesmo: um contrabaixo soa a contrabaixo. Ligado à corrente e com amplificação, o instrumento que marca o ritmo ganhava novas cores.
A própria evolução do rock e a experimentação musical em diversos géneros, nos anos 60 e 70, levou a que as marcas criassem ofertas específicas para os baixistas que procuravam novas sonoridades. O baixo ganhou novas curvas e timbres, com personalidades adequadas para cada estilo musical, numa variedade sonora que muitos nem suspeitam que existe.
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Baixos para todos os gostos
Bart Soeters é um baixista que quis demonstrar as diversas cores que um baixo pode ter, nas suas diversas versões. Por isso, fez um pequeno vídeo onde usa 33 baixos diferentes e uma guitarra barítono. Ouçam as diferenças.
Há de tudo, desde contrabaixos a ukuleles baixo, e baixos elétricos de quatro, cinco e seis cordas, com trastes e sem trastes.
Por exemplo, o ukulele baixo que vemos no vídeo é um Mahalo, uma das marcas mais populares de ukuleles do nosso catálogo. Temos também o APC UKU BASS S Preamp, um ukulele baixo fabricado em Portugal. Com a mesma afinação de um baixo padrão, serve tanto para acompanhar outros ukuleles ou mesmo guitarras, sem grandes dificuldades para o baixista.
Lá pelo meio podemos ver também uma sequência com clássicos da Fender: o Jazz Bass e o Precision, modelos que antes estavam fora do alcance de muitos músicos, mas que a marca americana democratizou através da Squier, produzindo instrumentos de grande qualidade a um custo muito acessível.
O Fender Squier Jazz Bass, da série Affinity, é um excelente exemplo de como podemos ter o espírito clássico de um baixo lendário com um som moderno. Todas as características essenciais estão lá, desde o formato icónico do corpo, à configuração dos pickups single-coil.
E é tão versátil que dá para tocar praticamente qualquer género musical.
Outra marca que podemos ver no vídeo, que inovou e deu um novo som à guitarra baixo, é a Yamaha. Os baixos da marca japonesa são tão versáteis e fiáveis que são a escolha de muitos músicos profissionais.
Um dos modelos mais apetecidos é o Yamaha TRBX305 BK de 5 cordas, que é capaz de se expressar nos estilos mais díspares. Aliás, toda a série TRBX é um portento de versatilidade sonora. Vejam os modelos que temos em catálogo.
Por incrível que pareça, os baixos em versão acústica ou semiacústica só começaram a ganhar popularidade nos anos 90, muito provavelmente por causa da série de concertos Unplugged da MTV.
30 anos de MTV Unplugged - No início dos anos 90 os concertos acústicos da MTV estavam na berra
A procura foi tanta que as marcas foram obrigadas a produzir instrumentos para todos os gostos e carteiras.
A Fender procurou satisfazer os músicos que precisavam de mais uma opção na sua coleção e criou o Fender Classic CB 60SCE, um baixo eletroacústico muito capaz e acessível, para ser tocado frequentemente, mesmo em modo não amplificado. É perfeito para as jams sessions de Verão e para sessões mais intimistas, onde o sentimento e a subtileza são o principal factor.
Uma das características mais impressionantes das guitarras baixo é que têm mais variações que as guitarras elétricas, do formato à configuração, da electrónica ao número de cordas, da presença à ausência de trastes. Isto faz com que a variedade sonora seja muito vasta, ainda antes sequer de lhes aplicar equalização e efeitos mais à frente na cadeia de amplificação.
Um exemplo desta diversidade é o Artimúsica 33133 Luxo, um baixo acústico belíssimo, com uma sonoridade única, muito característica por ser um fretless. É daqueles instrumentos feitos para músicos que dominam bem a sua arte e querem um veículo para se expressarem totalmente, no topo da sua capacidade técnica.
Para além dos 50 tons
Como vimos e ouvimos, só o próprio instrumento é capaz de produzir uma paleta enorme de sons e timbres. Mas o potencial ainda é maior quando ligado a um amplificador e a uma cadeia de pedais de efeitos.
Para quem ainda está a descobrir as possibilidades da guitarra baixo, a série Rumble da Fender é um óptimo ponto de partida para desenvolver a técnica e uma sonoridade própria.
Juntem alguns pedais à receita e o céu é o limite. Alguns dos pedais e pedaleiras de efeitos que recomendamos para melhorar e são:
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Boss ODB-3 Bass Super Overdrive - para dar um toque mais agressivo.
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Boss CEB 3 Bass Chorus - um dos efeitos essenciais para dar corpo e outra dimensão às vossas linhas.
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Boss LMB 3 Bass Limiter e Enhancer - uma ferramenta essencial para manter o som coeso e sob controle, com mais presença e consistência.
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Boss GEB-7 Bass Graphic Equalizer - um equalizador que faz com que o vosso som seja único e ocupe o lugar certo no som da banda.
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Boss GT 1 - a pedaleira que oferece um leque de opções sonoras e de expressão, numa só peça de equipamento.
Tocar baixo é mais do que dar as notas da raíz dos acordes ao mesmo tempo do bombo. É um instrumento mais complexo do que as suas tradicionais quatro cordas deixam adivinhar, e que é o motor de qualquer conjunto musical. E, nos últimos 70 anos, ganhou outras tonalidades que enriqueceram o seu som original e o som de toda a música moderna.
Se estiverem a pensar comprar um (ou mais um) baixo, o Salão Musical tem modelos para todos os gostos e necessidades. Visitem a nossa loja online.