Clássicos de Tom Jobim em guitarra, viola ou violão
Antônio Carlos Jobim - ou Tom Jobim, como é mais conhecido - é um dos compositores mais importantes do século XX, com uma obra diversa, rica e prolífica que influenciou e continua a influenciar a música popular. A sua importância é comparável aos Beatles, já que toda a gente parece conhecer pelo menos uma canção de Jobim.
Nascido no Rio de Janeiro numa família de classe média, Jobim tocou piano em bares e discotecas no início da sua carreira, onde se cruzou com outros músicos e artistas que iriam revolucionar a vida cultural do Brasil. Em conjunto com o poeta e diplomata Vinicius de Moraes conhece João Gilberto, um músico que aparece nos meados dos anos 50 na Cidade Maravilhosa com um estilo musical inovador que em breve seria apelidado de Bossa Nova, que incorporava influências tão diversas como o samba ou o jazz.
Este acaso feliz leva a que estes sejam os três pilares fundamentais de um estilo inconfundível e que trouxe clássicos intemporais. Vamos conhecer alguns deles, tocados num dos instrumentos essenciais neste estilo: a guitarra acústica.
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Desafinado
Escrita por Tom Jobim para João Gilberto, é um dos temas mais conhecidos e amados da Bossa Nova. Até porque é uma defesa deste novo género musical, criticado pelos especialistas da altura por ser "música para cantores desafinados".
Alguns dos desafinados que a cantaram foram Ella Fitzgerald, Gal Costa e George Michael com Astrud Gilberto.
Esta pequena canção apresenta todas as características que definem a Bossa Nova: uma progressão de acordes complexos (24 mudanças só no primeiro minuto) tocados num ritmo balanceado que alterna staccatos e legatos para uma maior dinâmica.
Dindi
Jobim escreveu canções que se tornaram standards não só na Bossa Nova como no Jazz. Um desses temas é Dindi, composto especialmente para a cantora Sylvia Telles, que viria a falecer num acidente de viação pouco tempo depois de a gravar, com apenas 32 anos.
Aproveitando a sua fama nos Estados Unidos, para onde se mudou no início dos anos 60, Tom Jobim colaborou com algumas das figuras musicais mais importantes da época. Foi o que aconteceu aqui, com Frank Sinatra, que canta Dindi com Jobim à guitarra.
Águas de Março
É uma das músicas mais brilhantes de Tom Jobim, especialmente a versão com outro gigante da música brasileira, Elis Regina. Considerada a melhor música brasileira de todos os tempos numa sondagem feita pela Folha de São Paulo em 2001, Águas de Março é uma diversão rítmica e melódica incomparável e uma das letras mais belas e curiosas feitas em português.
Escrita à viola - ou violão - em 1972 quando Tom Jobim estava isolado na sua quinta numa zona rural do Rio de Janeiro, é o reflexo dos efeitos da perseguição da ditadura militar que estava a sofrer, do cansaço do trabalho, da depressão que o perseguia e da cirrose que lhe tinha sido diagnosticada. No meio de tanta fossa, Jobim encontrou luz no fim do Verão e fez esta obra prima.
Gravada duas vezes por Jobim, uma com João Bosco e outra em nome próprio no disco Matita Perê, é a terceira versão, gravada com Elis Regina que se torna a definitiva.
Garota de Ipanema
A canção que fez a carreira de Tom Jobim é a intemporal Garota de Ipanema. Com letra do seu parceiro musical Vinicius de Moraes, foi primeiro gravada por Pery Ribeiro em 1962, sendo depois gravada por João Gilberto e a sua mulher Astrud - que canta em inglês - com Stan Getz.
A parte anglófona foi um sucesso tão grande que acabou por ser editada e lançada como um tema à parte, levando o fenómeno da bossa nova para o mundo. É, a seguir a Yesterday, dos Beatles, a canção com mais versões gravadas por artistas do mundo inteiro.
Um dos melhores intérpretes da Garota de Ipanema foi Frank Sinatra, aqui acompanhado pelo próprio Jobim à viola e voz.
Estes são apenas algumas das pérolas musicais de Tom Jobim, mas existem tantas mais. Se quiserem aprender a tocar estes clássicos na guitarra, viola ou violão, visitem a loja online do Salão Musical. Temos os melhores instrumentos para vocês, ao melhor preço.