Quando a guitarra canta a história de um país
Há notas a salpicar a calçada de pedras brancas, choradas sob uma voz que fala de desamor e saudade, a fugir por uma porta entreaberta para a noite. Se entrarmos por essa porta, há um xaile de silêncio pelas mesas, onde só o vinho vai soltando segredos e sussurros sobre sonhos perdidos. É o Fado, o Destino, a sorte falhada cantada à guitarra.
Mas o que faz desta casa uma casa portuguesa? São os trinados em cordas dobradas, tocados de olhos fechados, as melodias expostas por dedos hábeis e sentimentais no único instrumento que os poderia entender: a guitarra portuguesa.
A história da guitarra portuguesa está, como deve ser, envolta em mistério: há quem afirme a origem árabe; outros, a sua descendência da cítara. Chegou a ser conhecida por guitarra inglesa, mas o seu inconfundível timbre brilhante é bem português. Animou muitos salões da alta burguesia nacional até ao século XIX, mas foram as classes mais baixas e sofridas que encontraram nela o suporte para a expressão das suas dores. E como instrumento introspectivo que é, encontrou versões novas nas mãos de estudantes de Coimbra, longe de casa e a aprender as duras lições do amor.
Seja qual for a sua afinação, mais ou menos lágrima no corpo, o som de uma guitarra portuguesa é a cristalização da história e da alma portuguesas, a cumprir-se em arranques de ternura e génio. Uma guitarra portuguesa não é um instrumento qualquer. A sua qualidade depende tanto das mãos do construtor, como a música que guarda depende das mãos do guitarrista. Asseguramos a primeira parte, a segunda é à vossa responsabilidade. Vejam as nossas guitarras portuguesas, e encontrem desde modelos para principiantes a instrumentos profissionais, feitos pelos melhores fabricantes nacionais. E agora silêncio, que é hora de se cantar o fado.