Contrabaixo vs Violoncelo
O contrabaixo e o violoncelo são instrumentos distintos com características únicas. Venham descobrir as dferenças.
À primeira vista, o contrabaixo e o violoncelo são muito parecidos. Tanto que, fora do contexto musical de cada um, os menos atentos e interessados em música confundem os dois.
Apesar de pertencerem à mesma família, o contrabaixo e o violoncelo têm funções e sonoridades próprias. Compreender as suas diferenças permite apreciar melhor suas contribuições musicais e reconhecê-los em diferentes estilos musicais. Vamos conhecê-los melhor e, se possível, ajudar-vos a descobrir qual dos dois vos fascina mais.
Contrabaixo vs violoncelo
Contrabaixo vs violoncelo: semelhanças
Origens e evolução do contrabaixo
Origens e evolução do violoncelo
Tamanho e Afinação
Timbre e Função
Estilos musicais e peças famosas
Músicos Importantes
Notas finais
Contrabaixo vs violoncelo
O contrabaixo e o violoncelo são frequentemente confundidos por aqueles menos familiarizados com a música. Apesar de pertencerem à mesma família, possuem diferenças marcantes em tamanho, afinação, sonoridade e até mesmo nos estilos musicais em que são utilizados.
Mas vamos começar pelas semelhanças.
Contrabaixo vs violoncelo: semelhanças
Tanto o contrabaixo como o violoncelo são cordofones, da subcategoria dos instrumentos de cordas friccionadas. Têm uma forma que faz lembrar outro instrumento da mesma família - o violino - mas são demasiado grandes para serem colocados ao ombro. Por isso, são tocados apoiados no chão, na vertical.
São ambos tocados com um arco em contexto de orquestra, apesar do contrabaixo ser normalmente tocado com as mãos noutros contextos musicais como o jazz ou o rockabilly.
As primeiras versões destes instrumentos surgiram mais ou menos há 500 anos, e as semelhanças acabam por aí. Como foram desenhados com funções diferentes em mente, a sua evolução também foi única para cada um deles.
Origens e evolução do contrabaixo
O contrabaixo surge no século XV, a partir de uma versão de três cordas. O instrumento que ocupava o registo contrabaixo (ou seja, uma oitava abaixo do registo baixo), era o violone, um instrumento um pouco maior que o violoncelo.
Por volta do século XVIII, o virtuoso contrabaixista Domenico Dragonetti popularizou o instrumento na Europa. Ganhou destaque por ter maior projeção sonora, o que permitia acompanhar as cada vez maiores orquestras do período romântico.
O contrabaixo moderno surge em todos os cantos da Europa apenas no final do século XIX, e sai do fosso da orquestra para o palco com as big bands de jazz, marcando o ritmo numa altura em que não havia amplificação e era preciso competir com seções de metais e pianos.
É o instrumento responsável pelas linhas graves deste estilo musical até hoje, mas também encontrou espaço noutros estilos como o rockabilly e é um dos instrumentos essenciais das tunas.
Leiam Contrabaixos não há argumentos no Blog do Salão Musical
Contrabaixo Stentor Student II SN 4/4 Salão Musical
Origens e evolução do violoncelo
O violoncelo surgiu pela mesma altura do contrabaixo, altura em que os instrumentos da família do violino surgiam como uma família distinta da família da viola da gamba. O antepassado direto do violoncelo foi o violino baixo, chamado de "violone" ou "viola grande".
Na era barroca, os violoncelos ganharam outras características, diferentes ainda da versão moderna. O braço tinha um formato e ângulo diferentes, e a escala era geralmente mais curta do que a do violoncelo moderno, já que as notas mais altas nem sempre são exigidas na música barroca.
Os violoncelos modernos têm uma tensão de corda muito maior do que o violoncelo barroco,o que lhe dá maior volume. É usado como membro de uma orquestra completa, de câmara ou quartetos de cordas, mas também como instrumento solista.
É usado na música clássica mas também encontrou o seu espaço na música moderna, desde a folk à música alternativa.
Saibam mais em À descoberta do violoncelo no Blog do Salão Musical
Violoncelo Stentor Conservatoire 3/4 com Arco e Saco no Salão Musical
Tamanho e Afinação
Como ocupam espaços diferentes na gama de frequências e têm corpos de dimensões diferentes, os seus registos também são diferentes.
O contrabaixo, como tem quase 1,80 de altura, uma caixa maior e maior extensão de corda, tem um registo mais profundo. É afinado em quartas: Sol2 - Ré2, Lá-1, Mi-1
O violoncelo é mais pequeno - cerca de 1,20m - o que permite que seja tocado sentado. É mais agudo que o contrabaixo e é afinado em Dó2 - Sol2 - Ré3 - A3.
Timbre e Função
O timbre do contrabaixo é grave e poderoso. Por isso é usado para fundar a base harmónica de diversos estilos musicais.
No início era até usado para dobrar a melodia do violoncelo mas, Beethoven começa a usá-lo de forma independente. No final do séc. XIX fica mais colado a arranjos com instrumentos de madeiras mais graves, como fagote e contrafagote.
O timbre do violoncelo é doce e melodioso. Como permite uma enorme expressividade e versatilidade, é usado tanto para suportar harmonias como é um dos mais destacados instrumentos solo, especialmente a partir do barroco.
Leiam O versátil violoncelo no blog do Salão Musical
Estilos musicais e peças famosas
O contrabaixo está presente na música clássica mas também no jazz, blues, rock (particularmente no rock clássico), música folclórica e até mesmo pop. Entre as peças mias famosas em que podemos ouvir o contrabaixo em destaque temos a Introdução do "Carnaval dos Animais" de Camille Saint-Saëns, e o solo de baixo no "Concerto para Contrabaixo", de Sergei Prokofiev.
Barry Lieberman, ex-contrabaixo principal da Filarmónica de Los Angeles, atualmente professor de contrabaixo na Universidade de Washington em Seattle, faz uma demonstração do famoso solo da peça Tenente Kije, de Prokofiev.
O violoncelo está muito associado à música erudita, mas também é encontrado no jazz, na música contemporânea, folk e até mesmo no rock. Entre as peças mais famosas para violoncelo temos o "Concerto para Violoncelo em Si Menor" de Antonín Dvořák, e o "Prelúdio em Do Maior" de Johann Sebastian Bach. Aliás, as suites de Bach para este instrumento são das composições musicais mais populares de sempre.
Guilhermina Suggia é um dos grandes nomes do violoncelo do século XX e uma das figuras mais importantes da música portuguesa. Ouçam como ela tocava há 100 anos.
Aprendam Músicas fáceis para violoncelo - de Beethoven a Game of Thrones no Blog do Salão Musical
Músicos Importantes
O contrabaixo tem os seus nomes maiores no jazz: Charles Mingus, Jaco Pastorius, Stanley Clarke e Esperanza Spalding, são apenas alguns. Mas um dos mesmo muito grandes é Niels Henning Orsted Pedersen. Vejam o que ele conseguia fazer.
No violoncelo, para além de Guilhermina Suggia, temos Yo-Yo Ma, Pablo Casals, Mstislav Rostropovich e Jacqueline du Pré como referências. São os ídolos de muitos jovens violoncelistas que, ao que parece, nunca foram tantos como hoje. Um dos novos intérpretes que tem divulgado o violoncelo entre os mais jovens é o britânico Sheku Kanneh-Mason.
Notas finais
Apesar de diferentes, o contrabaixo e o violoncelo são instrumentos igualmente fascinantes. Escolher entre um e outro acaba por se resumir ao som, papel e estilo musical preferidos de cada músico.
O que recomendamos é que experimentem ambos para sentirem as particularidades de cada um. Visitem a nossa loja e vejam os violoncelos e contrabaixos que temos no nosso catálogo.
Comprar Contrabaixos e Violoncelos no Salão Musical
Foto de Umutcan Günüç / Unsplash