5 Instrumentos Musicais que Mudaram a História da Música Moderna

Há instrumentos que mudaram o som da música. Nos últimos 150 anos, graças a avanços tecnológicos como a eletricidade ou o circuito integrado, surgiram instrumentos que deixaram uma marca tão profunda que criaram estilos novos, ou mudaram a sonoridade de estilos mais antigos.

Até houve mesmo instrumentos acústicos que revolucionaram como tocamos, compomos e ouvimos música, apenas porque o seu fabrico ou som diferente trouxeram algo de novo.

Aqui estão cinco instrumentos que deixaram a sua marca na história da música moderna.

ÍNDICE

1. Guitarra Elétrica

2. Sintetizador

3. Piano

4. Bateria Eletrónica

5. Saxofone

Notas finais

1. Guitarra Elétrica

O som que transformou gerações

A guitarra elétrica é, sem dúvida, um dos instrumentos mais influentes da história da música moderna. Está presente em quase todos os géneros e tem a capacidade única de assumir a melodia, a harmonia, ou até criar atmosferas sonoras únicas com o uso de pedais e efeitos.

A sua invenção, nos anos de 1930, surgiu por necessidade. Nas big bands, o som da guitarra acústica simplesmente não conseguia competir com a força das secções de metais e percussão. A solução? Adicionar um sistema de amplificação. O resultado foi um instrumento que não só se fazia ouvir como trouxe consigo uma nova era na música.

Pioneiros como Leo Fender e Les Paul pegaram na ideia e transformaram a guitarra elétrica no que conhecemos hoje: um instrumento central em estilos como o rock, blues moderno e metal. Graças ao desenvolvimento de amplificadores e à introdução de pedais de efeitos, as possibilidades criativas tornaram-se praticamente infinitas.

Porquê revolucionária?

A guitarra elétrica mudou a música para sempre. Com o seu timbre distinto e a capacidade de adaptar-se a qualquer estilo, foi responsável por criar géneros inteiramente novos, como o rock’n’roll e o punk, e redefinir outros, como o jazz e o blues. É o som de movimentos culturais, a espinha dorsal de bandas lendárias e uma inspiração contínua para músicos de todas as gerações.

Momentos que marcaram a história

• Jimi Hendrix levou a guitarra elétrica ao limite, explorando novas formas de som com técnicas inovadoras e efeitos como feedback e distorção.
• Os Led Zeppelin ajudaram a cimentar a guitarra como o coração do rock, com riffs poderosos e solos inesquecíveis.
• Nos anos 80, guitarristas como Eddie Van Halen reinventaram a técnica, introduzindo métodos como o tapping, que influenciaram gerações.

Modelos icónicos

O modelo mais icónico do rock pode bem ser a Fender Stratocaster. É, desde a sua criação, um dos modelos mais reconhecidos e usados em palcos pelo mundo fora, em todos os estilos que possam imaginar.

E percebe-se bem por quê. Com uma sonoridade muito versátil, graças ao seu seletor de pickups que permite cinco posições diferentes para cinco sonoridades distintas, é a guitarra preferida de músicos como David Gilmour e Eric Clapton, Jimi Hendrix e Yngwee Malmsteen.

Guitarras Stratocaster no Salão Musical

O impacto duradouro

Mais do que um instrumento, a guitarra elétrica tornou-se um símbolo de criatividade e expressão. É um pilar da música moderna e continua a evoluir, inspirando novos músicos e géneros. Seja em grandes palcos ou em estúdios caseiros, o som da guitarra elétrica mantém-se tão relevante hoje como quando surgiu pela primeira vez.

2. Sintetizador

A máquina de sons infinitos

O sintetizador é um dos instrumentos mais inovadores e versáteis da música moderna. Criado nos anos 1960, este instrumento revolucionou o som da música da época, permitindo não só replicar timbres existentes, mas também criar sons completamente novos, que antes só existiam na imaginação.

Inicialmente associado à música eletrónica experimental, o sintetizador rapidamente conquistou outros géneros, como o pop, o rock e até bandas sonoras de filmes. A sua capacidade de moldar o som abriu portas para uma nova era de criatividade musical, colocando à disposição dos músicos uma paleta sonora praticamente infinita.

Leiam Uma breve História do Sintetizador

Porquê revolucionário?

O sintetizador não é apenas um instrumento; é uma ferramenta de inovação. Ele trouxe à música possibilidades que antes eram impensáveis, desde simular orquestras completas até criar texturas sonoras únicas que definiram géneros inteiros. A música eletrónica como a conhecemos hoje não existiria sem o sintetizador, e a sua influência espalhou-se para praticamente todos os estilos.

Momentos que fizeram história

• O álbum Switched-On Bach (1968), de Wendy Carlos, foi um marco: mostrou que o sintetizador podia ser usado não só para criar sons futuristas, mas também para interpretar música clássica com uma nova abordagem.
• Bandas como Kraftwerk elevaram o sintetizador ao centro da música eletrónica, enquanto artistas como Depeche Mode o tornaram essencial no pop e no new wave.
• O som dos sintetizadores entrou no rock pela mão de músicos como Keith Emerson, dos Emerson, Lake & Palmer, revolucionando a linguagem deste estilo.
• Nos anos 80, filmes como Blade Runner e Tron popularizaram o uso do sintetizador em bandas sonoras, consolidando a sua presença no cinema.

Modelos icónicos

• Moog: Um dos primeiros sintetizadores a ganhar popularidade, conhecido pelo seu som quente e analógico, utilizado em obras desde o prog rock ao pop.
• Roland Jupiter-8: Um clássico dos anos 80, famoso pelos seus sons vibrantes e polifonia, amplamente usado por bandas de pop e eletrónica.

O impacto duradouro

O sintetizador transformou a música ao oferecer um universo de possibilidades sonoras que continuam a expandir-se. Desde os grandes estúdios de gravação até aos setups minimalistas de produtores independentes, é impossível imaginar a música moderna sem este instrumento. Ele não só redefine o que consideramos música, mas também desafia os limites da criatividade.

Orgãos eletrónicos no Salão Musical

3. Piano

O instrumento que une técnica e expressão

O piano é um dos instrumentos mais icónicos e respeitados da música, conhecido tanto pela sua expressividade como pela sua capacidade técnica. Apesar da sua longa história — que remonta ao século XVIII —, continua a ser uma peça central na música moderna, adaptando-se a estilos como jazz, pop, rock e muito mais.

A sua versatilidade é inigualável: pode ser usado para tocar melodias delicadas, acompanhar vozes com acordes poderosos ou criar harmonias complexas que dão vida a qualquer composição. Seja num grande piano de cauda ou num teclado digital compacto, o piano é, sem dúvida, um instrumento que transcende o tempo.

Porquê revolucionário?

O piano reinventou-se ao longo das décadas, encontrando o seu lugar em praticamente todos os géneros musicais. No jazz, trouxe improvisação e expressão. No pop, é o alicerce de baladas inesquecíveis. No rock, adiciona uma profundidade inesperada, sendo usado tanto para intros suaves como para momentos explosivos.

Momentos que marcaram a história

• Ray Charles transformou o piano criando sucessos que misturavam gospel, blues e pop.
• O jazz revolucionário de artistas como Thelonious Monk e Bill Evans mostrou o potencial infinito do piano na improvisação e na criação de novas sonoridades.

Variante moderna

Com o avanço da tecnologia, surgiram os teclados digitais, que levaram o piano para novos espaços. Estes instrumentos oferecem uma combinação perfeita entre funcionalidade e portabilidade, permitindo aos músicos levar o som do piano para palcos pequenos, estúdios e até performances ao ar livre. Além disso, muitos teclados modernos incluem sons adicionais, funcionalidades MIDI e integração com software, expandindo ainda mais o seu potencial criativo.

O impacto duradouro

O piano não é apenas um instrumento; é um som universal que une pessoas e culturas. A sua capacidade de aliar técnica e emoção faz dele um dos instrumentos mais amados e essenciais na música. Seja em grandes concertos ou para tocar em casa, o piano continua a inspirar músicos e ouvintes em todo o mundo, renovando-se constantemente sem nunca perder a sua essência.

Pianos acústicos e digitais no Salão Musical

4. Bateria Eletrónica

A fusão de ritmo e tecnologia

A bateria eletrónica é um dos instrumentos que melhor exemplifica a ligação entre música e tecnologia. Surgida nos anos 1970, trouxe possibilidades completamente novas ao universo rítmico, criando sons que seriam impossíveis numa bateria acústica. Seja na versão de kit de bateria digital como no formato de sequenciador / caixa de ritmos, este instrumento tornou-se essencial em géneros como a música eletrónica, o pop e o hip-hop, ajudando a definir as batidas que moldaram a cultura musical moderna.

Com a capacidade de reproduzir sons únicos, programar ritmos e integrar-se facilmente com equipamentos digitais, a bateria eletrónica transformou-se numa ferramenta criativa indispensável para músicos, produtores e DJs.

Porquê revolucionária?

Ao contrário da bateria acústica, a eletrónica abriu um novo leque de possibilidades rítmicas e sonoras. Permitiu não só reproduzir percussões realistas, mas também criar sons completamente artificiais que se tornaram marcas registadas de géneros inteiros. Além disso, a sua portabilidade e flexibilidade tornaram-na ideal para estúdios e atuações ao vivo.

As baterias digitais e os sequenciadores abriram as portas para técnicas novas como o sampling e o looping, fundamentais na conceção de alguns estilos musicais.

Momentos que marcaram a história

• A Roland TR-808 foi responsável por criar batidas icónicas, tornando-se um elemento central em muitos sucessos do hip-hop e da música eletrónica nos anos 80.
• Bandas como Depeche Mode levaram a bateria eletrónica para o mainstream, utilizando-a para criar texturas sonoras inovadoras no pop e new wave.
• Artistas de EDM e produtores modernos continuam a reinventar o uso da bateria eletrónica, utilizando-a como base para remixes e produções originais.

Modelos icónicos

• Roland TR-808: Uma lenda da música eletrónica, famosa pelos seus graves profundos e timbres marcantes, utilizada por artistas de todos os géneros, desde o hip-hop ao techno.
• Simmons SDS-V: Reconhecível pelo seu design hexagonal e sons futuristas, foi amplamente usado no pop e no rock dos anos 80.

O impacto duradouro

A bateria eletrónica não só revolucionou a forma como criamos e ouvimos música, mas também alterou a maneira como pensamos sobre ritmo. Hoje, ela continua a evoluir, integrando-se com tecnologias como controladores MIDI, DAWs e software de produção musical. Mais do que um instrumento, é uma plataforma criativa que liga tradição e inovação, inspirando músicos a explorar novos territórios sonoros.

Sampling pads, baterias digitais e controladores midi no Salão Musical

5. Saxofone

O som quente do jazz e além

O saxofone é um dos instrumentos mais expressivos da música moderna, capaz de transmitir emoções intensas com o seu som rico e quente. Embora tenha sido criado no século XIX, foi no início do século XX, com o surgimento do jazz, que este instrumento encontrou o seu verdadeiro lugar, tornando-se o símbolo da improvisação e da liberdade musical.

A sua versatilidade levou-o além do jazz, conquistando espaço no blues, rock, pop e até na música clássica contemporânea. Seja num solo emocionante ou como parte de uma secção de sopros, o saxofone continua a ser uma escolha privilegiada para músicos que procuram combinar técnica e paixão.

Porquê revolucionário?

O saxofone trouxe uma nova dimensão à música com a sua capacidade de expressar emoções humanas de forma única. No jazz, tornou-se o instrumento principal para a improvisação, permitindo aos músicos explorar melodias espontâneas e intensas. A sua influência espalhou-se rapidamente para outros géneros, marcando presença em algumas das músicas mais icónicas do século XX.

Momentos que marcaram a história

• Charlie Parker, nos anos 1940, redefiniu o saxofone como instrumento principal no bebop, mostrando que podia ser tanto técnico quanto emocional.
• John Coltrane levou o saxofone a novos horizontes, explorando sons espirituais e experimentais que influenciaram gerações de músicos.
• No rock e pop, artistas como os Morphine e David Bowie usaram o saxofone como o elemento de destaque nas suas músicas.

Leiam Uma mini história do saxofone

Modelos icónicos

• Selmer Mark VI: Considerado por muitos o melhor saxofone já fabricado, é reverenciado pelo seu timbre equilibrado e projeção poderosa.

O impacto duradouro

O saxofone é mais do que um instrumento: é uma voz, uma ferramenta de expressão que transcende géneros e épocas. É um símbolo de expressão e liberdade criativa, capaz de cativar ouvintes com um único sopro. Seja no calor de um clube de jazz ou nos grandes palcos do rock e pop, o saxofone continua a ser um dos instrumentos mais cativantes da música moderna, inspirando músicos a cada geração.

Saxofones e outros instrumentos musicais de sopro no Salão Musical

Notas finais

Cada um destes instrumentos trouxe novas possibilidades à música, inspirando artistas e redefinindo géneros. Ao explorar as suas histórias, podemos entender como a música moderna foi moldada e como estes instrumentos continuam a influenciar o futuro.

Seja para revolucionar a música ou para regressar às vossas origens musicais, o Salão Musical tem os instrumentos que precisam para se expressar com qualidade.

Foto Gavin Allanwood / Unsplash