O que é o Kizomba?
Vamos descobrir as origens, os principais temas e os instrumentos que dão vida ao Kizomba, a música que nasceu em Angola.
O Kizomba é mais do que um género musical, é uma expressão cultural e emocional que nasceu em Angola e se espalhou pelo mundo. Com uma sonoridade sensual e melódica, o Kizomba conquistou as pistas de dança, os apaixonados pela música de tons quentes e, claro, os músicos que a interpretam.
Vamos descobrir as origens, os principais temas e os instrumentos que dão vida a este estilo tão popular em Angola, Portugal e cada vez mais no resto do mundo.
Índice
As Origens do Kizomba
Kizombas Populares
Os Instrumentos do Kizomba
Como dançar kizomba?
Notas finais
As Origens do Kizomba
A palavra “Kizomba” significa "festa" em kimbundu, um dos idiomas locais de Angola, e reflete a essência deste género musical: celebração e conexão.
Na Angola dos anos 1950 e 1960, as grandes festas conhecidas por “kizombadas” – eram animadas por estilos como o semba, a kompa e o caduque. A kizomba como dança surge essa época, com os seus primeiros passos a serem desenvolvidos ao ritmo do semba.
Com o tempo, esses passos evoluíram para acompanhar o semba lento, uma variação moderna e mais sensual que conquistou os jovens nos anos 1970.
Nos anos 1980, o semba lento misturou-se com ritmos como a kilapanga, criando a base da kizomba. O termo ganhou força em 1981 com Bibi, percussionista dos SOS, que incorporou influências como o merengue angolano e o zouk, um estilo originário das Caraíbas.
O kizomba surge na sua forma moderna com um som mais suave e romântico, tornando-se ainda mais popular e dançável a dois. É uma música feita para dançar, muito subtil, cheia de calor, sensualidade e cumplicidade entre os pares, com passos que se assemelham a “escrever no chão”.
Entre os nomes mais importantes do Kizomba está Eduardo Paim, muitas vezes chamado de “Pai do Kizomba”. Paim trouxe o género para Portugal, onde rapidamente conquistou o público, ainda que inicialmente este estilo tenha sido confundido com o zouk.
A música evoluiu e os remixes e o Dubstep geraram uma versão mais moderna e própria de discotecas, chamada de Urban Kiz.
O Kizomba é a banda sonora de festas e eventos sociais, e uma parte importante da identidade cultural angolana. Tão importante que o governo angolano declarou a Kizomba como património cultural e imaterial do país no domínio das práticas sociais, rituais e atos festivos, em 2024.
Kizombas Populares
Se procurarem por kizomba nas vossas plataformas musicais preferidas, irão encontrar diversas playlists recheadas de sucessos.
São muitos os artistas que abraçaram este género musical, pelo que deixamos alguns kizombas modernos, que incorporaram outras técnicas musicais e de produção, e outros mais clássicos.
Estas músicas mostram como o Kizomba pode ser tanto uma explosão de energia como uma expressão de sentimentos mais íntimos.
Calema - “Te amo”
Anselmo Ralph - “Não Me Toca”
Nelson Freitas - “Bo Tem Mel”
Matias Damásio - “Loucos”
Tabanka Djaz - Foi Assim
Os Instrumentos do Kizomba
Para capturar o som rico e envolvente do Kizomba, é fundamental conhecer os instrumentos que dão vida a este género. Aqui estão os mais usados:
Guitarra Acústica ou Elétrica
A guitarra é essencial no Kizomba, especialmente para criar melodias suaves e progressões de acordes que sustentam a música.
Guitarras elétricas no Salão Musical
Teclados
Os teclados desempenham um papel central na criação de harmonias ricas e nas camadas melódicas do Kizomba. Com sons sintetizados e pads atmosféricos, são um instrumento essencial que oferecem versatilidade e riqueza sonora para este género.
Teclados no Salão Musical
Percussão
O kizomba caracteriza-se por uma batida forte em ritmo 4/4, marcada por um tambor grave, como o surdo, que estabelece a base rítmica. Essa batida é acompanhada por uma melodia subtil criada pelo prato de choque. Nas introduções e pontes das músicas, é comum que a batida forte seja omitida, destacando-se apenas o prato de choque e outros elementos da bateria, criando momentos de maior suavidade e contraste na música.
O ritmo do Kizomba é marcado por uma percussão subtil e sincopada, muitas vezes complementada por bongós e congas. Instrumentos de percussão como os da LP (Latin Percussion) são perfeitos para criar os padrões rítmicos característicos.
Instrumentos musicais de percussão no Salão Musical
Baixo Elétrico
O baixo no Kizomba é discreto, mas poderoso, criando as bases rítmicas e harmónicas. Um baixo como o Squier Jazz Bass é ideal para obter aquele groove suave e profundo.
Sopros
Embora menos frequentes, saxofones e flautas aparecem em algumas músicas, adicionando um toque melódico extra.
Instrumentos musicais de sopro no Salão Musical
Como dançar kizomba?
Dançar kizomba é uma experiência única. Ao contrário de danças mais explosivas, como a salsa ou o tango, o Kizomba como dança de salão é sobre fluidez e proximidade.
A base da dança é uma caminhada rítmica, onde os movimentos dos parceiros se sincronizam quase como se fossem um só. O líder guia com movimentos subtis, enquanto o parceiro responde, criando uma harmonia visual e emocional.
É uma celebração da música, do corpo e da alma, e uma forma de se conectar não só com os outros, mas consigo mesmo, seja numa festa, numa aula ou simplesmente a ouvir uma playlist em casa. Existem vários estilos de dança baseados no Kizomba, como o Classic Kizomba, o Fusion, Urban Kiz e Tarraxó.
Se quiserem aprender a dançar kizomba passo a passo, encontrem um par e vejam este curso básico. Porque esta música é para ser dançada, para além de tocada.
Notas finais
O Kizomba é uma experiência cultural e emocional, é uma celebração musical e cultural que continua a unir pessoas de todo o mundo. Com raízes em Angola e um apelo universal, é um género que vale a pena conhecer.
Se são músicos, tocar Kizomba é um convite para explorar novas sonoridades e criar ambientes que tocam o coração.
No Salão Musical, podem encontrar tudo o que precisam para começar ou aprofundar a vossa viagem musical pelo Kizomba. Sejam guitarras, teclados ou instrumentos de percussão, temos as ferramentas para dar vida aos ritmos quentes do Kizomba.