Biografia Bob Dylan: o completo desconhecido mais famoso de todos os tempos
A biografia de Bob Dylan, as suas influências e álbuns mais importantes.
Bob Dylan é uma das figuras mais influentes da música e da cultura popular do século XX. A sua carreira atravessa décadas, marcando gerações com letras poéticas, reinvenções musicais e uma identidade artística sempre em mutação.
Com um filme recente a abordar o início da sua carreira até à polémica atuação no Newport Folk Festival, “A Complete Unknown”, vamos apresentar um dos músicos da contracultura mais importantes do século XX, que continua a deixar a sua marca no século XXI.
Índice
Quem é Bob Dylan?
As influências musicais de Bob Dylan
Quando Bob Dylan usou instrumentos elétricos
Os seus álbuns mais importantes
O Nobel da Literatura de Bob Dylan
A sua vida retratada no cinema
Notas finais
Quem é Bob Dylan?
Esta é uma pergunta difícil de responder. Nascido Robert Allen Zimmerman a 24 de maio de 1941, em Duluth, Minnesota, e cresceu em Hibbing, uma pequena cidade mineira. Desde cedo, mostrou interesse pela música, fascinado pelo blues, country e, sobretudo, pelo folk americano. Inspirado por artistas como Woody Guthrie, Dylan começou a tocar guitarra e harmónica ainda na adolescência.
Durante os anos universitários em Minneapolis, abandonou os estudos e mudou-se para Nova Iorque em 1961, determinado a integrar a cena folk da cidade. Aí, assume o nome de Bob Dylan, um dos muitos que usou para se expressar artisticamente, mas o que define a sua persona artística mais importante. Dylan, aliás, vem de Dylan Thomas, um dos poetas mais importantes da língua inglesa.
Chegado a Greenwich Village, conquistou rapidamente a admiração do público e de figuras influentes, como a cantora Joan Baez, que ajudou a impulsionar a sua carreira. Ele chamou a atenção da Columbia records, que lançou o seu álbum de estreia “Bob Dylan”, a 19 de Março de 1962. O disco continha principalmente versões de músicas folk tradicionais, hinos gospel e blues que Dylan tocou à guitarra acústica e harmónica, que formaram o seu som de marca.
Guitarras Acústicas | Salão Musical
As influências musicais de Bob Dylan
A música de Bob Dylan foi moldada por várias tradições musicais. O folk e o blues foram as suas principais influências iniciais, particularmente Woody Guthrie, cuja abordagem musical e política teve um impacto profundo no jovem músico. No entanto, Dylan absorveu também elementos do rock 'n' roll, do jazz e da literatura, especialmente da poesia beat de Allen Ginsberg. Esta mistura de referências fez dele um letrista distinto, capaz de escrever canções que transcendiam os limites da música popular, mantendo sempre uma simplicidade que tornaram a sua música muito acessível: o foco estava sempre e principalmente no texto e na ideia que Dylan queria transmitir.
Quando Bob Dylan usou instrumentos elétricos
Em 1965, Bob Dylan protagonizou um dos momentos mais polémicos da história da música ao subir ao palco do Newport Folk Festival com uma guitarra elétrica. Até então, era considerado um ícone do folk tradicional, mas decidiu explorar novas sonoridades com uma banda de rock.
O público ficou dividido, com parte da audiência a vaiá-lo, sentindo-se traída pela sua mudança de estilo. Ainda assim, Dylan manteve-se fiel à sua visão artística e continuou a evoluir, lançando álbuns que marcaram o rock e a música popular de forma irreversível.
A segunda música que tocou, por cima dos apupos da multidão que assistia ao concerto, é um dos seus temas mais icónicos: “Like a Rolling Stone”. Reparem como a banda vai aumentando o tempo ao longo da atuação. A tensão era de cortar à faca.
Na realidade, era de cortar com um machado. Bob Seeger, um dos maiores defensores da música folk e um dos apoiantes incondicionais de Dylan até aí, pegou num machado para cortar a corrente e acabar com o concerto de uma vez.
Guitarras Elétricas | Salão Musical
Os seus álbuns mais importantes
Ao longo da carreira, Dylan lançou inúmeros álbuns icónicos. "The Freewheelin' Bob Dylan" (1963) trouxe ao mundo temas como "Blowin' in the Wind" e "Don't Think Twice, It's All Right", consolidando-o como um dos principais compositores da época. "Highway 61 Revisited" (1965) e "Blonde on Blonde" (1966) exploraram o rock e a poesia surrealista, enquanto "Blood on the Tracks" (1975) revelou uma faceta mais introspetiva e emocional. Em cada década, Dylan soube reinventar-se, surpreendendo sempre o público e a crítica.
Dylan tornou-se na voz inconformada da sua geração, abordando temas como o desarmamento nuclear, os direitos civis e outras questões políticas e sociais, como a destruição das comunidades agrícolas e mineiras da América.
O Nobel da Literatura de Bob Dylan
Pela sua extensa obra poética que encontrou na música um veículo para as massas, Bob Dylan recebeu em 2016 o Prémio Nobel da Literatura, tornando-se o primeiro músico a ser distinguido com este galardão.
A sua escrita, marcada por metáforas complexas e narrativas profundas, foi reconhecida pelo impacto cultural e literário que teve ao longo dos anos. Dylan, fiel ao seu caráter enigmático, demorou a responder à distinção e só aceitou o prémio meses depois. O Nobel reforçou a sua posição como um dos mais importantes autores de canções do século XX.
Muitas das suas canções são histórias, com referências à mitologia judaico-cristã e temas esotéricos. Um dos temas que melhor exemplificam a sua capacidade poética é “All Along the Watchtower”, de que Jimi Hendrix fez uma versão. Esta é a análise ao original.
É por isto que Bob Dylan é também conhecido por “O Bardo”.
A sua vida retratada no cinema
A vida de Bob Dylan já foi retratada em vários filmes e documentários. "Don't Look Back" (1967), de D. A. Pennebaker, acompanha a sua digressão no Reino Unido e mostra o músico em plena ascensão. "No Direction Home" (2005), realizado por Martin Scorsese, é um retrato mais abrangente da sua carreira até 1966. Em "I'm Not There" (2007), seis atores diferentes interpretam Dylan em diversas fases da sua vida, reforçando a ideia de que ele sempre foi um artista impossível de definir numa única identidade.
Mais recentemente, “A Complete Unknown” retrata a aparição de Dylan na cena de Greenwich Village, culminando no momento em que quebra com a cena folk e ganha uma dimensão maior, usando instrumentos elétricos no Newport Folk Festival.
Não irá ser certamente o último retrato cinematográfico a explorar a vida e a obra deste músico essencial.
Notas finais
Ao longo de mais de seis décadas, Bob Dylan desafiou convenções, influenciou gerações e consolidou-se como um dos maiores ícones culturais da história. A sua música continua a ser descoberta por novos públicos, provando que a sua relevância transcende o tempo e as tendências.
Para tocar Bob Dylan na sua fase folk, o Salão Musical tem guitarras acústicas e harmónicas (suporte não incluído, mas em catálogo) e guitarras elétricas para tocarem “Like a Rolling Stone”.
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Harmónicas | Salão Musical
Foto Xavier Badosa | Flickr