Música na paisagem
Os montes estão vivos com o som da música, já cantava a Julie Andrews. Mas, e se, literalmente, estivessem? Há uns artistas que gostam de usar as suas obras para criar sons em vez do habitual usar sons para criar obras, e então montam umas estruturas que fazem música a partir do vento, ou da força das ondas. Vejam estes exemplos.
Singing, Ringing Tree
Num planalto com vista sobre Burnley, no Lancashire, em Inglaterra, há uma estrutura de 3 metros de altura, feita a partir de tubos metálicos, e que parece uma nave espacial. Chamam-lhe de árvore que canta, mas de árvore tem pouco, e o que canta não são canções de embalar mas mais melodias para assustar.
Esta estrutura usa o vento para gerar música digna de um filme de terror, mas parece ser um ponto turístico na cidade de Burnley, e foi reconhecido com o Prémio Nacional do Real Instituto de Arquitetos Britânicos. Pelo menos as ovelhas que pastam ali por aquelas bandas parecem não se importar. Ouçam bem como assustadora é esta árvore.
Aeolus
Esta escultura musical é muito sermelhante, mas usa cordas nos tubos. Em vez de estar fixo, o Aeolus tem sido colocado em vários pontos de Inglaterra. Não sabemos se o irão colocar em dueto com a árvore cantora de Burnley, no que seria dos concertos mais deprimentes de sempre, mas sempre podemos ter essa esperança. Os tubos desta escultura musical eólica estão afinados numa escala eólia, o que mostra que os autores pensaram bem nisto.
High Tide Organ
Em vez de vento, mar. Esta criação - também britânica, como as anteriores - encontra-se em Blackpool e é um dos poucos orgãos de marés que se podem encontrar pelo mundo fora. A sério, estas coisas existem. Com 15 metros de altura, este orgão usa oito tubos colocados no paredão de Blackpool e é tocado pela energia das ondas do mar. Esta “manifestação musical do mar” parece estar afinada em Si bemol. Parece que se fosse em Dó bemol não fazia barulho porque “the C was flat” .Perceberam? Esta foi mesmo muito gira.
Seja lá como for, soa como um bando de gatinhos a serem atropelados por um rolo compressor, muito devagar.
No Salão Musical de Lisboa não vendemos instrumentos destes, mas temos muitos outros, de sopro a percussão, de teclas a de botão. Visitem-nos e mostrem que são melhores músicos do que a Natureza.