5 grandes livros sobre música
Romances, biografias, relatos na primeira pessoa de músicos sobre o seu trabalho e, muitas vezes, sobre as vidas atribuladas que levaram entre palcos e estúdios, análises sobre as tribos musicais e a indústria, são milhares os livros que falam das várias facetas do que nos apaixona: a música.
Há colectâneas de poemas/letras de canções, há músicos que escreveram romances, e até um que ganhou um prémio Nobel da Literatura (por acaso, o Crónicas, Volume Um do Bob Dylan é considerado o melhor livro sobre música de sempre pela Billboard, mas vamos deixá-lo de fora).
Recomendamos aqui cinco livros que todos os músicos e amantes de música deveriam ler.
Alta Fidelidade
Nick Hornby
Começamos com um romance, que até deu um filme fantástico com John Cusack, no papel de Rob Fleming, um tipo que também gostava de fazer listas dos “Cinco mais” - livros preferidos, canções sobre a morte, os cinco piores crimes musicais cometidos pelo Stevie Wonder nos anos 80 e 90. É, no fundo, uma história de amor entre duas pessoas complicadas na perspectiva de uma que gosta de complicar, e sobre a importância da música na nossa vida, não fosse o personagem principal dono de uma loja de discos em Londres (no livro; em Chicago, no filme).
Just kid
s Patti Smith
“Just kids” é a saga pessoal de Patti Smith na sua juventude em Nova Iorque no final dos anos 60. Quase a fazer 21 anos, a criativa e sensível Smith, que tinha tanto de poeta como de perdida, chega à metrópole americana sem conhecer ninguém. Este relato na primeira pessoa conta a sua história de sobrevivência até se tornar num ícone musical e artístico da Big Apple, passando pelas suas relações com outros artistas e músicos, num retrato cru de como lançou a sua carreira musical numa época em que os excluídos e os mais bizarros - como ela - colocaram a cidade de Nova Iorque no centro da cultura ocidental.
Life
Keith Richards
O título é simples, mas o autor encerra em si toda a essência do Rock’n’Roll, não fosse ele o expoente máximo de um género e de um estilo de vida, no excesso, paixão e criatividade. Sim, fala de sexo (muito), drogas (demasiadas para ser possível Richards ainda estar vivo) e de rock’n’roll também, numa história de sobrevivência a tudo isto e muito mais, com uma pitada de gabarolice por ainda cá andar para contar a história. Esta verdadeira pedra rolante arrasou décadas atrás de décadas para se tornar num dos maiores pilares da história da música. Ninguém poderia contar esta vida de contínua transgressão, senão o próprio fora-da-lei supremo do rock’n’roll que, muito provavelmente, nos irá enterrar a todos.
The Sound of the City: The Rise of Rock and Roll
Charlie Gillett
Mas para perceber de onde vem Keith Richards, é preciso saber o que aconteceu antes. Este estudo abrangente sobre as origens do rock, foi publicado originalmente nos anos 70, e explica o surgimento de um novo género musical que revolucionou gerações, costumes, mentalidades, sociedades, restringindo-se a um período entre 1954 e 1971.
Gillett era um locutor de rádio e musicólogo inglês, que dedicou grande parte da sua vida ao estudo do rock’n’roll e outras formas de música popular. Há uma edição mais recente deste livro, com ilustrações e uma lista de recomendações musicais.
Musicofilia
Oliver Sacks
Oliver Sack foi um neurologista inglês, que ficou conhecido pelo grande público com o livro “O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu”. Outra das suas obras mais importantes foi este “Musicofilia”, onde ele aborda o efeito da música no nosso cérebro, e o relaciona com vários estados mentais e patologias. Não é provavelmente o que estariam à espera de encontrar nesta lista, mas alguém que diz que “a música é parte integral de sermos humanos” merece uma referência.
E vocês, que outros livros de música recomendam? Enquanto pensam nisso, visitem o Salão Musical, e vejam as nossas promoções.