Ritmos do mundo e instrumentos-África
Nesta rubrica vamos falar de instrumentos de percussão do mundo. Este post é dedicado aos que vieram do continente onde o ritmo nasceu: África.
Peguem num grupo de pessoas e facilmente poderão pô-las a fazer isto em conjunto: cantar e/ou bater palmas. É algo instintivo, primitivo até. Tamborilamos os dedos quando estamos nervosos, acompanhamos a batida com o pé quando é forte, estalamos os dedos para marcar o compasso. Todas estas manifestações são formas de utilizar o corpo e as superfícies que nos rodeiam, de forma percussiva.
Os instrumentos de percussão serão dos mais antigos inventados pelo Homem. Feitos a partir de troncos de árvores, peles de animais, ou mesmo usando utensílios do dia a dia, como ânforas ou vasilhas, serviam para marcar o ritmo do trabalho ou para cerimónias religiosas. Muitos espalharam-se por estilos e mundo, parecendo por vezes que sempre foram parte daquela tradição e não da original. O que prova que a música não conhece fronteiras, só o batimento do seu coração.
DJEMBES
Mal afamado por aterrorizar longas noites em acampamentos de festivais de Verão, o djembé é capaz de ser dos instrumentos mais disseminados pelo mundo. O seu nome vem de "Anke djé, anke bé", uma expressão do povo Bambara, do Mali, que significa “juntemo-nos todos em paz”. Esse espírito de comunhão encaixou bem com algumas tribos e subculturas modernas, que não o largavam por nada.
Originário da África Ocidental, há quem diga que existem djembés há mais de mil anos. Diz a lenda que o primeiro caiu na armadilha de um caçador, pois, até então, só os chimpanzés possuíam o tambor. O caçador levou o tambor para a aldeia, oferecendo-o ao chefe da tribo, mantendo-se o tambor desde aí entre os homens. É por isso que os macacos batem agora com os punhos no peito, ainda a lamentar essa perda.
Mais lenda ou menos lenda, o djembé é um instrumento sonicamente versátil, sendo possível retirar vários sons usando diversas técnicas de mão e de toque, quer a solo, ou a acompanhar outros instrumentos.
KALIMBAS
A Kalimba é dos instrumentos mais simples e fascinantes que podemos encontrar. Basicamente, é constituído por uma caixa de ressonância e um número definido de lamelas de metal, cada uma com uma nota diferente. É por isso que há quem lhe chame de “piano de dedos”.
A kalimba vem de um instrumento tradicional chamado mbira, cuja origem remonta há 3000 anos, com várias aparições e reinvenções ao longo dos séculos. Espalhou-se por toda a África, desde o norte ao deserto do Kalahari, no sul, em milhares de variações no número de lamelas e afinações. A kalimba é a versão ocidental deste instrumento milenar, que desde os anos 50 do século XX vem cativando músicos e ouvintes com o seu som delicado, onde cada lamela harmoniza com as adjacentes.
UDU DRUMS
Se a vasilha tem um buraco de lado, já não serve para trazer água, mas dá para tocar. O udu é um instrumento de percussão riquíssimo na quantidade de sons que se podem retirar dele. Originário da Nigéria, o udu tanto produz um som grave como notas em registo médio, o que permite ter uma secção rítmica bastante rica só com um instrumento.
Para além do seu som grave característico, pode ser percutido com os dedos ou esfregado com a palma da mão, e as variações sobre os bocais dão timbres harmónicos que fazem do udu um dos instrumentos de percussão mais simples e mais ricos que podemos tocar.
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